Após a descoberta de grandes quantidades de químicos em quatro locais diferentes de Conacri, o representante do escritório da ONU para as Drogas e o Crime nas Áfricas Central e Ocidental, António Mazzitelli, explica porque há uma maior preocupação sobre o poder do narcotráfico naquela região.
"Foi desenvolvida a capacidade de processar narcóticos, como cocaína e heroína, de produzir substâncias psicotrópicas como ecstasy.
Mazzitelli acrescenta que apesar de capacidade existir, a ONU não tem a certeza de que os químicos tenham sido usados para produzir drogas.
A missão de compilação de factos foi levada a cabo pelas Nações Unidas, juntamente com a Interpol e o governo guineense, e teve lugar depois de Conacri ter apelado à ajuda da comunidade internacional. Desde então foram presas várias pessoas, mas o responsável da ONU desconhece a sua identidade. O próximo passo, acrescentou Mazzitelli, é a destruição segura dos químicos, uma vez que caso não sejam destruídos de forma adequada poderão verificar-se graves problemas de saúde e ambientais para a população local.
Países da África Ocidental, como a Guiné-Conacri, tornaram-se pontos de trânsito para o narcotráfico entre a América Latina e a Europa. Mas Mazzitelli afirma que esta nova descoberta é alarmante.
"O que significa esta descoberta (de químicos e solventes)? Significa certamente a maior importância da África Ocidental no tráfico de narcóticos no mundo. Os traficantes começaram já a pensar em usar a África Ocidental para processamento de narcóticos."
Na Guiné-Conacri, as eleições legislativas e presidenciais estão agendadas para o final do ano. Em Dezembro último, o dirigente militar Moussa Camara tomou poder através de golpe de estado, após a morte do dirigente de longa data, Lansana Conte.