As relações entre o Ruanda e a República Democrática do Congo estão a melhorar após as duas nações da África Central terem colaborado, com sucesso, contra um inimigo comum em território congolês.
Os governos congoleses e ruandeses tomaram medidas para restabelecer os laços diplomáticos oficiais, após uma década de gélidas relações.
No princípio da semana, o Congo aprovou o envio de um representante diplomático para Kigali. Há dois meses o Ruanda tinha nomeado um enviado para Kinshasa.
As relações entre as duas nações foram tempestuosas desde a incursão ruandesa, em 1998, no leste do Congo, para ali atacar rebeldes hutus, na sua maior parte fugidos para a zona leste congolesa após o genocídio de 1994, que matou centenas de milhar de tutsis ruandeses.
Mas o sucesso obtido na operação militar conjunta contra as forças rebeldes hutus, no princípio do ano, ajudou a descongelar o relacionamento.
A Ministra da Informação do Ruanda, Louise Mushikiwabo, afirma que a ameaça partilhada, a dos rebeldes hutus, ajudou finalmente os dois países a aproximarem-se.
'Está claro que o governo do Ruanda e o governo da República Democrática do Congo aceitaram trabalhar em conjunto para desenraizar alguns destes grupos desestabilizadores na zona leste do Congo."
Após renovadas lutas em Janeiro, entre as forças congolesas e as Forças Democráticas hutu de Libertação do Ruanda, os militares ruandeses colaboraram com o exército congolês no ataque ao grupo.
Desde então as forças ruandesas retiraram, mas as duas nações continuam a colaborar da melhor maneira militarmente, como forma de concertar o relacionamento.
A ministra da informação ruandesa vê as novas nomeações diplomáticas como sinal de que os dois países estão prontos a discutir uma variedade de assuntos, que vão para além de preocupações militares.
"Seja porque temos uma questão militar por resolver, seja uma questão diplomática, ou se queremos trabalhar juntos em questões de desenvolvimento, é uma vantagem acrescentada ter ambos os embaixadores, em ambos os países, nomeados e aprovados."
Recentemente os dois governos aceitaram trabalhar num projecto conjunto de energia para utilizar as reservas de gás natural na área do Lago Kivu, na fronteira comum.
Um relatório recente da Human Rights Watch indica que os civis do leste congolês, onde se regista o conflicto, sofrem vários abusos quer por parte das forcas congolesas quer das forças rebeldes.