O presidente Barack Obama pediu aos russos para trabalharem com os Estados Unidos para resolver os grandes problemas de segurança e económicos do nosso tempo. Obama fez o pedido num discurso em Moscovo a alunos finalistas de uma Faculdade de Economia.
O presidente Obama principiou o seu dia em Moscovo com um encontro com o primeiro-ministro russo e antigo presidente Vladimir Putin, que muitos analistas consideram o homem mais poderoso da Rússia. O encontro foi cordial e polido.
"Podemos não concordar sobre tudo, mas penso que podemos manter um espírito de respeito mútuo e consultas que sirvam tanto o povo americano como o russo", disse.
Poucas horas mais tarde, o presidente Obama defendeu a sua posição ao discurso numa cerimonia de formatura na Nova Faculdade de Economia, criada em Moscovo, após a queda da União Soviética, por americanos e russos desejosos de fornecer educação em teorias de mercado livre.
Obama disse aos alunos finalistas que muito havia mudado nos últimos 20 anos. E falou exaustivamente sobre a forma como os Estados Unidos vêem o futuro das relações com o seu antigo adversário da Guerra Fria. E afirmou a certa altura:
"Para começar, deixem-me ser claro: a América quer uma forte, pacífica e próspera Rússia. Este desejo é baseado no nosso respeito pelo povo russo e numa história partilhada entre os nossos países que vai para além da competição."
Obama disse que a velha assumpção da Guerra Fria de que a América e a Rússia apenas podem existir como antagonistas que competem por esferas de influência é errada.
"E por isso que eu pedi por uma "reposição" das relações entre os Estados Unidos e a Rússia. Isto deve ser mais do que uma nova partida entre o Kremlin e a Casa Branca – embora seja importante que eu tenha tido excelente discussões tanto com o presidente como com o primeiro-ministro. Tem de haver um esforço sustentado entre os povos americano e russo para identificar interesses mútuos e expandir o diálogo e a cooperação que possam abrir o caminho para o progresso."
O presidente Obama falou também sobre direitos humanos e matérias de soberania nacional – assuntos que criaram fricção com Moscovo no passado.
"Tal como todos os estados devem ter o direito de escolher os seus líderes, os estados devem também ter o direito a fronteiras que sejam seguras e estabelecer a sua própria política externa. Isto e verdadeiro para a Rússia, assim como e verdadeiro para os Estados Unidos. Qualquer sistema que ceda esses direitos levara a anarquia. E por isso que este principio se deve aplicar a todos os países – incluindo a Geórgia e a Ucrânia."
A Rússia opõe-se veementemente a adesão a NATO dos dois antigos países do bloco soviético. O presidente Obama afirmou não querer impor um acordo de segurança a qualquer pais. Notou que a Ucrânia e a Geórgia devem remover muitos obstáculos para serem elegíveis a membros da NATO. E sublinhou uma vez mais que a NATO procura a colaboração com a Rússia e não a confrontação.