Dez dos ex-trabalhadores da antiga Alemanha de Leste detidos na passada quinta-feira pela polícia nacional Angola vão ser presentes em tribunal nesta terça-feira, soube a VOA de fonte próxima do processo.
Os ex-trabalhadores manifestavam-se defronte às instalações do Ministério da Administração Pública Emprego e Segurança Social (MAPESS) exigindo dinheiro do seu salário, descontado para as contas do Banco Nacional de Angola (BNA) no período em que vigorou o contracto, quantias que têm sido refutadas pela entidade ministerial que diz ter já pago por completo.
As autoridades estão a enfrentar dificuldades para determinar o valor exacto transferido e sanar definitivamente o problema, o que decorre da ausência dos registos no banco destas operações de transferência da ex-Alemanha de leste.
Na entrevista que concedeu a VOA o secretário-geral do MAPESS admitiu isto mesmo: "...em função dessa situação que ocorria no banco e como nós não conseguíamos encontrar os valores certos em reunião que mantivemos com este grupo de elementos, chegamos a um acordo, a uma conclusão. Encontramos um valor que iria servir para devolver a todos como se fosse o valor total transferido para a segurança social que eles concordaram e nessa altura nós devolvemos como Akz 316 800.00 o equivalente USD 3 960.00 para cada um dos elementos sem olharmos quem esteve quatro anos, quem esteve três, quem esteve um ou quem esteve meses " disse Armindo Tavares Ferreira.
Entre 1986 e 1990, ao abrigo de um acordo de emprego temporário e qualificação profissional, trabalhadores angolanos foram enviados para empresas alemãs. Os seus rendimentos deveriam ser auferidos, parte em solo alemão (50%) isto de acordo com os trabalhadores e uma outra (25%) devia ser recebida em Luanda, o que até ao momento se mostrou problemático.