A imprensa estatal do Zimbabué acusou o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai de desprezar as regras governamentais por ter publicado um opúsculo sobre a sua actual visita a países ocidentais sem autorização do governo. O gabinete do presidente Robert Mugabe informou que está a ser investigada a legalidade da publicação.
George Charamba, porta-voz do presidente Mugabe informou estará a investigar se a publicação do opúsculo violou quaisquer leis. Noticias na imprensa estatal sugeriram que Tsvangirai estava a violar as regras governamentais ao noticiar publicamente a sua visita a países ocidentais antes de a reportar ao governo.
O opúsculo foi publicado por Tsvangirai, aparentemente para apresentar uma interpretação positiva dos seus encontros com líderes ocidentais. A maioria do seu conteúdo já foi publicada por agências noticiosas.
A comunicação social no Zimbabué e dominada por órgãos estatais que permanecem leais a Mugabe e ao seu partido ZANU-PF. Mal têm falado sobre os encontros de Tsvangirai, excepto o seu não sucesso em obter cerca de sete mil milhões de dólares, que o ministro das Finanças, Tendai Biti, diz serem necessário para reconstruir a economia do Zimbabué.
Tsvangirai anunciou que se ia deslocar ao estrangeiro por três semanas para por fim ao isolamento do Zimbabué com países ocidentais. Contudo, embora tenha sido bem acolhido nos Estados Unidos, Inglaterra e outros países europeus, todos eles manifestaram preocupação de que também existem ainda muitas violações do acordo político global de Setembro do ano passado, que levou a formação em Fevereiro de um governo de unidade nacional.
Tsvangirai conseguiu aproximadamente 115 milhões de dólares durante a sua viagem de três semanas, largamente para projectos humanitários e de boa governação. O dinheiro será administrado pelas Nações Unidas e por organizações não-governamentais.
Os órgãos de informação estatais têm sido criticados pelo Projecto de Monitorização dos Media do Zimbabué, que no seu último relatório afirma que eles continuam a ignorar o pedido no acordo político por um jornalismo não partidário. Advogados da imprensa em Harare afirmaram não haver nada de ilegal sobre o opúsculo em termos de legislação existente.