A crise energética no Zimbabué pode agravar-se, se os países vizinhos levarem por diante a ameaça de cortar o abastecimento por falta de pagamento.
O Zimbabué não tem capacidade para produzir energia para o se consumo interno e preenche o seu deficit recorrendo à importação de electricidade por parte dos países vizinhos, nomeadamente de Moçambique e da África do Sul.
Mas, devido à crónica falta de divisas, o Zimbabué atrasou-se a pagar a energia que importa, tendo actualmente uma dívida de 57 milhões de dólares. Os jornais estatais noticiam que os fornecedores ameaçam cortar o abastecimento, até que a factura seja paga.
O porta-voz da empresa de abastecimento de electricidade do Zimbabwe, Fullard Gwasira, recusou-se a confirmar se os credores terão estabelecido uma data limite para o pagamento das dívidas. Mas, admite que os fornecedores estão a ficar impacientes. Disse ele: "Nós não temos vindo a pagar como gostaríamos, mas temos um plano de pagamento. Mas, a nossa maior dificuldade é que os nossos próprios clientes não têm pago como gostaríamos. Confiamos nos nossos clientes. O que eles nos pagam é o que usamos para importar energia."
Gwasira disse que a maioria dos consumidores não tem pago, mensalmente, as suas contas desde que o país passou a adoptar o dólar americano, este ano. Em resultado disso, a companhia não tem estado a pressionar os consumidores em falta, dando-lhes até ao próximo sábado para pagar as contas em atraso ou serem cortados do sistema.
Mesmo antes das ameaças por parte dos países vizinhos, a empresa de electricidade do Zimbabwe tinha advertido os consumidores que as actuais interrupções de rotina se irão agravar dada a incapacidade da companhia de gerar energia suficiente.
Os zimbabueanos têm estado a enfrentar apagões durante anos devido a problemas com as velhas centrais de produção, afectadas por avarias. Gwasira afirma que vandalismo generalizado tem também prejudicado o sistema de abastecimento.
