O presidente sul-africano, Jacob Zuma, disse que a redução da pobreza irá figurar no topo da agenda das prioridades do seu governo, plano que, todavia, poderá sofrer o impacto da actual crise económica à escala global.
No seu primeiro e importante discurso a nação, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, provou ter tomado em conta a mensagem dos eleitores que o escolheram numa votação esmagadora há seis semanas. Disse Zuma que o sofrimento dos 40 por cento de sul-africanos que vivem na pobreza, iria figurar no topo das prioridades da sua agenda de governo: "Não iremos descansar, não iremos faltar a nossa palavra. Estamos empenhados em resolver este problema da pobreza.
O presidente sul-africano prometeu criar 500 mil postos de trabalho até o fim deste ano, e mais quatro milhões nos próximos cinco anos.
Jacob Zuma prometeu acelerar o programa das obras públicas na construção de escolas, centros de saúde, estradas e uma rede de informação. Disse que estas iniciativas se destinam a aumentar as capacidades de trabalho da mão-de-obra não especializada, em vários níveis.
Num pais com um dos maiores índices da epidemia da SIDA do mundo, Zuma prometeu reduzir a taxa das infecções do HIV em 50 por cento nos próximos três anos, e alargar a rede do tratamento anti-retroviral para abranger 80 por cento dos pacientes sul-africanos da doença.
O novo presidente da África do Sul prometeu, igualmente, reduzir o crime em sete por cento e combater a corrupção generalizada nos escalões oficiais.
Mas ao mesmo tempo, Jacob Zuma tentou não encorajar as expectativas do eleitorado, advertindo que a recessão a escala global poderá interferir na realização dos seus planos. Disse ele: Tendo em conta que a implementação dos nossos planos terá que se realizar no contexto da actual crise económica, teremos que prosseguir com prudência, sem excessivas despesas ou redundâncias de fundos. Todo o centavo deverá ser utilizado com prudência e eficiência.
Por sua vez, o líder parlamentar da Aliança Democrática, na oposição, Athol Trollip, manifestou a mesma reacção positiva ao discurso de Zuma: "O discurso foi longo em promessas, o que é bom, mas quanto à forma como tudo isto poderá ser realizado, teremos que esperar. Estamos realmente interessados em saber onde eh que se vão encontrar os fundos para todas estas iniciativas.
Analistas afirmam que Zuma irá enfrentar grandes desafios para responder as expectativas dos seus eleitores, sobretudo dos grupos sindicais, do Partido Comunista e do mundo de negócios.
Os economistas acrescentam que mais de 200 mil postos de trabalho perderam-se durante a primeira recessão, desde o fim do apartheid, na África do Sul, há 15 anos.