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Somália: Governo Acusa a Eritreia


Os insurrectos islamistas na Somália capturaram mais uma vila, Mahaday, ao norte da capital, Mogadíscio, após terem ocupado anteriormente, a localidade de Jowhar.

As vilas de Mahaday e Jowhar estão situadas a uma distância de cerca de 20 quilómetros, uma da outra, e a cerca de 100 quilómetros ao norte da capital, encontrando-se em poder do grupo denominado, Aliança das Cortes Islâmicas, um grupo de militantes islamistas que apoiam o frágil governo da Somália na sua luta contra islamistas de linha dura.

A perda das duas localidades cortará, efectivamente, a ligação com o governo central onde as forças pro-governamentais controlam ainda algumas unidades territoriais. A região em poder dos insurrectos é também a terra natal do Presidente Sharif Sheikh Ahmed, constituindo, desta feita, um revés simbólico ao governo central.

As milícias islamistas radicais Al-Shabab e Hzbut Islam, uma coligação aliada de milícias islamistas, lançaram uma um assalto coordenado contra o governo há 10 dias, assalto esse em que morreram pelo menos 110 pessoas, na capital, Mogadíscio, luta ficando feridas centenas doutras pessoas, afirmando as Nações Unidas que mais de 34.000 outras ficaram desalojadas e sem tecto, sendo muitas das vitimas, pessoas que acabavam de regressadas recentemente ainda a capital.

O governo central acusa a Eritreia de apoiar os insurrectos, enquanto, por outro lado, se suspeita que os governos dos estados árabes do Golfo prestem também alguma ajuda as milícias em revolta.

O governo e os seus aliados controlam presentemente apenas alguns pontos importantes em Mogadíscio, e alguns territórios nos arredores de Beledwen, na zona central da Somália, perto da fronteira com a Etiópia. Os insurrectos e os combatentes pro-governamentais confrontaram-se igualmente nos últimos dias naquela zona, havendo notícias que indicam que mais insurrectos se encontram a caminho daquela localidade.

Entretanto, regista-se um acontecimento mais positivo para o governo central, o Sheikh Yusuf Diad, conhecido por "Indha Ade", um poderoso senhor de guerra, que até agora não se tinha definido contra ou a favor do governo central ou dos insurrectos, disse que iria apoiar o Presidente Sharif.

"O senhor da guerra, Indha Adde, elogiou a decisão do governo central aprovando o código da lei islâmica no país... rejeita as alegações dos insurrectos que põem em dúvida as credenciais islâmicas do governo central…e diz que o povo somali apoia o governo…e que ele vai ajudar a defender o mesmo contra os insurrectos."

A luta tem paralisado, até agora, as actividades do governo e do parlamento que não pode efectuar as suas reuniões, tendo muitos dos seus membros abandonado o país.

A União Africana que mantêm na Somália uma força de cerca de 4.000 homens, na sua maioria, ugandeses e burundenses, disse que haveria de apelar a União Europeia e a NATO para o envios de guerra na luta contra a pirataria na costa da Somália. A União Africana solicitou igualmente a ajuda das Nações Unidas para forcas de manutenção de paz, mas o Conselho de Segurança disse que a situação da segurança continua demasiado precária na Somália.

Quando o Presidente Sharif, um islamista moderado e antigo líder insurrecto, assumiu o poder em Janeiro passado, muitos observadores consideraram o facto como sendo o melhor prognóstico para a restauração da paz na Somália, desde há anos. Mas os esforços do seu governo para a reconciliação têm sido rejeitados pelas milícias de linha dura, muitas das quais tem servido juntamente com Sharif no passado, na Aliança das Cortes Islâmicas que controlavam o país em 2006.

Esse governo foi afastado pelas tropas etíopes com o apoio dos Estados Unidos. Os insurrectos de linha dura afirmam que apesar do seu passado, o Presidente Sharif, tal como o predecessor, continua alinhado com a Etiópia e com os Estados Unidos.

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