Esta quinta-feira, Bruxelas acolhe uma conferência internacional de doadores para a Somália, destinada a estabilizar aquele país do Corno de África. Todavia é incerto que da conferência saiam promessas de grandes ajudas como os organizadores esperavam.
Tudo isto porque a conferência de doadores é marcada por preocupações que não estão relacionadas com o problema que se discute – melhorar a segurança na Somália. Os doadores estão preocupados sobre o aumento exponencial da pirataria nas costas somalis. Os potenciais doadores estão também com pouco dinheiro devido à crise económica global.
Mesmo assim, as Nações Unidas, que são um dos patrocinadores da conferência juntamente com a União Europeia, esperam angariar 166 milhões de dólares para reforçar a segurança somali e ajudar a reforçar os capacetes azuis da União Africana, cujo numero é extremamente inadequado para a missão.
A ONU quer que os representantes de cerca de 30 países consigam acordar num plano de 100 dias para reconstruir a situação de segurança na Somália.
Mas a Human Rights Watch adverte que qualquer plano de segurança, aquele deve incluir provisões que assegurem que não ira contribuir para mais abusos dos direitos humanos na Somália.
Tom Porteous, director da Human Rights Watch, explica:
"Tem sido sempre um dilema para os doadores interessados em criar um clima de segurança na Somália sobre o apoiar as forças de segurança sem se arriscarem em contribuir para uma situação grave em que as forcas de segurança e as milícias tem estado envolvidas em graves abusos dos direitos humanos – crimes de guerra, crimes contra a humanidade e por aí adiante. Pelo que é muito importante que os doadores encontrem forma de resolver este dilema. Porque se apoiarem forcas abusivas, não irão criar uma situação de segurança – pelo contrário irão criar uma maior insegurança."
Entre os participantes na conferência o presidente da Somália, Sharif Sheikh Ahmed, responsáveis da Comissão Africana e da Liga Árabe e ainda representantes de cerca de 30 países.