Nas últimas semanas uma economista zambiana tem estado a causar controvérsia em círculos económicos. Dambisa Moyo tem vindo a afirmar que a ajuda internacional a África não tem servido qualquer propósito. Segunda-feira aqui em Washington Moyo afirmou que os governos africanos devem ser responsabilizados pelos seus falhanços em elevarem os padrões de vida dos seus cidadãos.
O novo livro de Moyo, Dead Aid, ou Ajuda Morta, causou controvérsia entre as organizações de ajuda. A sua premissa central é que programas de ajuda bem-intencionados falharam em melhorar as vidas da maior parte dos africanos e criaram uma dependência mútua nefasta entre doadores e muitas vezes governos africanos corruptos.
Dambisa Moyo falou ontem num fórum organizado pelo American Enterprise Institute um centro de estudos sediado aqui em Washington onde afirmou que "não serve nenhum propósito deixar os governos africanos sem assumir responsabilidades". "Os governos africanos" disse ela, "deveriam eles próprios apresentar as suas propostas".
"Deveriam ser presidente africanos a explicar-nos como cidadãos do mundo preocupados com o que se passa quais são na verdade os seus planos para fazer África avançar', acrescentou.
Moyo, formada pelas universidades de Harvard e Oxford e com experiencia no Banco Mundial e como banqueira disse que em cinco décadas de ajuda África tem pouco para mostrar de mais de um trilião de dólares recebido de ajuda nesse período. A ajuda causou mais danos que benefícios, acrescentou
A economista disse que no seu próprio país, a Zâmbia, o governo abdicou da sua responsabilidade pelos cuidados de saúde, entregando a maior parte da administração desse sector a doadores internacionais. Os países africanos caiem muitas vezes num ciclo de corrupção doença pobreza e ajuda, disse a economista acrescentando que jovens com educação têm poucas oportunidades,
Dambisa Moyo diferencia entre ajuda ilimitada a que se opõe e a ajuda de emergência vinda do fundo monetário internacional que diz apoiar.
Para ela um dos grandes desafios é como incentivar os governos africanos a estabelecerem medidas que estimulem o crescimento e forneçam esperança aos seus cidadãos. Lamentado o que muitos chamam de indústria crescente de doadores e recipientes Moyo citou um amigo nigeriano que afirmou a a África é para o desenvolvimento o que Marte é para a NASA, a agencia espacial americana.
"Gastamos milhares de milhões de dólares todos os anos a analisar e a investigar mas ninguém espera que vivamos em Marte, disse a economista.
"Ninguém espera também que África se desenvolva e é essa a razão por que tem este equilíbrio de baixo nível não debatendo as questões em que nos devíamos concentrar, acrescentou
No mesmo forum o antigo presidente do banco mundial Paul Wolfowitz defendeu os seus programas de ajuda, elogiando entre 12 e 15 países africanos que estão a ter uma boa performance económica com o crescimento a exceder seis por cento ao ano,.