Os cerca de trinta e dois milhões de euros atribuídos pela União Europeia a Moçambique e à Guiné-Bissau serão destinados aos projectos de desenvolvimento agrícola.
Isso mesmo disse hoje à Voz da América John Clancy, porta-voz da Comissão Europeia para o Desenvolvimento.
O comissário europeu para o desenvolvimento e ajuda humanitária tinha anunciado ontem um primeiro pacote de mais de 300 milhões de Euros para um grupo de 23 países, do qual fazem parte Moçambique e a Guiné-Bissau.
O financiamento anunciado pelo comissário europeu para o Desenvolvimento, Louis Michel, faz parte de um programa de ajuda alimentar de mil milhões de euros adoptados pelos 27 países membros da União Europeia no final do ano passado para colmatar os efeitos da crise alimentar ainda ao longo de 2008.
Entrevistado pela Voz da América, John Clancy, porta-voz da Comissão para o Desenvolvimento da União Europeia considera que esta medida ainda é actual e insere-se num conjunto de acções que visam apoiar os países em desenvolvimento a fazer face não só a crise alimentar, como também a actual crise económica.
"A África e os países em desenvolvimento foram alvos da crise alimentar, como também da actual crise financeira, e esta acção visa dar um contributo à produção agrícola nesses países durante os próximos três anos. Para os 50 países abrangidos por esta ajuda de 314 milhões de Euros, esta é uma primeira transferência a favor de 23 países específicos e destinada a apoiar a produção agrícola."
Denominado de plano global de aplicação da "facilidade alimentar" esse programa de ajuda financeira contempla 50 países de África, Ásia e da América Latina.
Moçambique vai beneficiar de 23,2 milhões de Euros e a Guiné-Bissau de 8,4 milhões de Euros igualmente. John Clancy adiantou-nos como essas verbas vão ser usadas nesses países.
"Vamos transferir esses fundos para os nossos principais parceiros dos quais as agencias das Nações Unidas, para que assistam directamente através de projectos que tenha em curso ou que possam vir a desenvolver no terreno no sector da agricultura. É isto que é importante. Vamos trabalhar para assistir alguns projectos identificados pelos nossos parceiros que são aliás, os especialistas no terreno… e nós quisemos colocar à disposição o dinheiro necessário de forma a ajudar verdadeiramente a produção agrícola nesses países."
O programa está previsto para 2009 a 2011 e deverá apoiar as medidas que visam o melhoramento de acesso a factores que contribuem para a produção agrícola, tais como micro-crédito, infra-estruturas rurais, e acções de apoio a favor de grupos vulneráveis da população.