O Tribunal Constitucional de Madagáscar aprovou a decisão dos militares de substituírem o presidente Marc Ravalomanana pelo seu rival, o líder da oposição Andry Rajoelina. Mas, alguns líderes africanos questionam se a medida é constitucional.
O Tribunal Constitucional declarou através da rádio nacional que o líder da oposição Andry Rajoelina é o novo presidente da Republica.
O tribunal mencionou que o presidente Ravalomanana tinha resignado e entregado o poder aos militares. O exército disse não querer assumir o poder mas, em vez disso, desejar que Rajoelina o assumisse.
Rajoelina, de 34 anos, e que portanto tem menos seis anos do que a idade mínima requerida pela constituição para ser presidente, anunciou anteriormente que estava a formar um governo interino que vai rever a constituição e marcar eleições dentro de dois anos.
Num discurso, numa praça central da capital malgaxe, Rajoelina agradeceu os militares pelo seu apoio.
Rajoelina elogiou o exército por ter tomado um gabinete presidencial no centro da capital, Antananarivo, e convidou o povo a ocupa-lo algumas horas depois.
Ravalomanana anunciou na terça-feira que se demitia do cargo de presidente devido a crise caracterizada por que qualificou de uma polarização da opinião no seio dos militares e dos cidadãos.
Ravalomanana disse ser crucial restabelecer a ordem para que se possa trabalhar em conjunto, já que todos amamos o país, tendo apelado a serenidade.
A transferência dramática do poder culminou semanas de confrontos que mataram mais de 100 pessoas e prejudicou o turismo e o investimento estrangeiro.
A capital do país estava calma e o comércio funcionou normalmente embora algumas embaixadas estivessem encerradas. Residentes expressaram diferentes opiniões sobre a legalidade da transição, mas a maioria manifestou esperanças para a paz e estabilidade.
Mas, alguns governos africanos expressaram preocupação sobre a legalidade da transição.