Andry Rajoelina diz estar pronto a dirigir o país através de um governo de transição.
Rajoelina foi entrevistado na segunda-feira pelo serviço em Francês da Voz da América, pouco depois de ter ordenado aos militares que capturassem o presidente Marc Ravolamanana.
Na entrevista, Rajoelina detalhava a solução para a crise política malgaxe afirmando que iria evitar um vazio constitucional com um governo provisório.
"Eu sou mandatado pelos 60 partidos políticos da oposição a dirigir o país durante um período de transição que organizará as eleições, e que será validada pelo tribunal constitucional de poder dirigir o país o tempo necessário para realizarmos umas eleições livres e justas e é por essa razão que iremos instituir um governo de transição que dirigirá o país durante esse período."
Interrogando se a União Africana iria aceitar a sua proposta de solução política, uma vez que a organização pan-africana tem repetidamente recusado a ideia de reconhecer governos saídos de golpes de estados, Andry Rajoelina respondeu com questões.
"A União Africana está de facto contra, mas será que a União Africana respeitaria um presidente da república que não respeita a constituição, que instaura a ditadura em Madagáscar? Será que a União Africana aceitaria tudo isto? A União Africana condenou ou não o presidente Ravalomanana? Se a União Africana aceita o presidente Ravalomanana como presidente, ela devera aceitar também o nosso governo de transição no interesse do povo malgaxe e não de uma pessoa. "
Após dois meses de braço de ferro a oposição malgaxe conseguiu obter a vitória da sua causa. O presidente Marc Ravalomanana anunciou a sua demissão tendo transferido os seus poderes a um directório militar. Uma solução que parecia inevitável desde Sábado, quando o exército decidiu juntar-se à oposição liderada por Andry Rajoelina. Rajoelina que ainda no inicio da tarde de hoje tinha rejeitado a ideia de instalação de um directório militar.