A Gâmbia, o mais pequeno país continental de África, celebrou ontem 44 anos de independência do regime colonial britânico. Depois de ter sobrevivido a uma primeira tentativa de golpe de estado em 1981, o fundador da nacionalidade gambiana, Sir Dawda Jawara, foi derrubado em 1994 pelo tenente Yahya Jammeh.
Num editorial, o jornal governamental "Daily Observer", disse que a independência em 1965 pôs fim à dominação colonial. Mas o líder da oposição Ousainu Darbo, do Partido Democrático Unido, disse a Voz da América que embora os gambianos devam celebrar a sua liberdade do regime colonial, o seu país sob a direccao de Yahya Jammeh permanece um virtual estado policial.
Darbo disse que os gambianos têm razões para celebrar a independência no dia 18 de Fevereiro porque no mínimo continua a ser o dia em que a Gâmbia cortou os laços com a Grã-Bretanha e passou a dirigir os seus destinos.
Mas Darbo acrescentou que, no que se refere à política, muito poucos gambianos devem celebrar o quadragésimo-quarto aniversário da independência.
"A democracia que está a ser praticada agora não é a que os pais fundadores da nação tinham visionado para o país. O país está realmente sob uma ditadura; e um estado policial virtual. Ninguém se sente seguro sobre a sua liberdade; ninguém sabe quando é que as leis serão mudadas para servir uma situação particular; os tribunais decretam ordens e elas não são respeitadas. Penso que os gambianos devem repensar a situação no país e tomar uma decisão para a mudar ", disse Darbo.
O líder da oposição rejeitou qualquer noção de haver alguma semelhança de liberdade política na Gâmbia, incluindo a liberdade de expressão.
"O facto de que eu como líder de um partido politico ter a possibilidade de expressar os meus pontos de vista particularmente a Voz da América, não significa que haja liberdade de expressão. O que eu estou a fazer com a Voz da América não posso fazer na Rádio ou Televisão da Gâmbia. Por isso não há liberdade de imprensa no país. Presentemente o editor do jornal "The Point" está a ser julgado por ter publicado notícias sobre um diplomata gambiano que foi preso e encontra-se na Cadeia Central", afirmou.
Darbo disse ainda que os gambianos também têm tido tempos difíceis no que diz respeito à economia, particularmente os agricultores e criticou o governo de Jammeh por ser insensível ao estado do povo gambiano.