A crise financeira e económica mundial começa também a afectar Moçambique. O país teve o ano passado um crescimento abaixo do que era previsto mas o Fundo Monetário Internacional diz que o país está bem posicionado em termos económicos. O Governo moçambicano confirmou hoje um abrandamento do crescimento económico do país em 2008, para 6,5 por cento contra os sete por cento anteriormente previstos
O anúncio feito no final da reunião do Conselho de Ministros confirma as estimativas já avançadas em Dezembro pelo executivo moçambicano, que previu uma redução de 0,5 por cento no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Desde o ano passado, a generalidade dos observadores já dava como certa uma acentuação da travagem do crescimento do PIB em 2008, depois do recorde de 2006 (mais 8,5 por cento), e dos 7,0 por cento em 2007.
Quanto a 2009, a agência de notação de crédito Standard & Poor previu um abrandamento do crescimento económico de Moçambique em 2009 para cerca de cinco por cento, abaixo das previsões das autoridades de Maputo. O Ministério das Finanças moçambicano prevê para este ano um crescimento de 6,7 por cento, que deverá acelerar para taxas próximas dos sete por cento nos dois anos seguintes.
No final da sua primeira reunião em 2009, o Governo moçambicano anunciou também que a taxa de inflação se situou no ano passado em 10,3 por cento.
Entretanto o Fundo Monetário Internacional FMI deu a conhecer os resultados de uma analise feita em Dezembro à economia moçambicana e na qual afirma que "o ambiente externo" tem constituído para Moçambique grandes desafios, acrescentando que o país é "vulnerável à crise financeira global" prevendo se uma "redução do crescimento económico".
Contudo, o relatório afirma que as perspectivas económicas "permanecem fortes" e o governo permanece empenhado em continuar a aplicar "políticas monetárias e fiscais prudentes".
O governo moçambicano continua também a entabular "reformas estruturais".
Um aspecto positivo é que o abrandamento económico deverá levar à queda da inflação. O FMI diz ainda que uma análise da sustentabilidade da dívida deMoçambique revela que são baixas as possibilidades de problemas com a dívida externa. Alerta no entanto que isto poderá mudar e tornar se insustentável se persistir um grande deficit primário e se o crescimento económico abrandar "significativa e permanentemente".