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Somália: União Africana espera eleição de presidente



A União Africana está à espera da eleição de um novo presidente para a Somália. O Parlamento daquele país do Corno de África irá escolher um líder ainda esta sexta-feira, permitindo que este participe na Cimeira da União Africana, que arranca este domingo em Adis Abeba, na Etiópia.

Dois dos principais diplomatas africanos, o presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, e o seu Comissário para a Segurança, Ramtane Lamamra têm-se revelado incansávelmente optimistas acerca das hipóteses de um regresso da estabilidade à Somália. Ambos prevêem de que vários países ofereçam tropas e equipamento necessários para a força de paz da União Africana para a Somália, a AMISON.

Ping afirma que uma AMISON mais forte é essencial para apoiar o actual processo de alargamento do apoio ao actual governo de transição integrando os islamitas moderados: "todos nós concordamos que um país, que durante décadas, não teve um Estado tem a necessidade de reconquistar a paz e a segurança. Apelamos aos Estados membros para que contribuam para esse esforço", disse Ping.

Ping e Lamamra afirmam esperar uma infusão de tropas adicionais para a AMISOM e aguardam também a possibilidade de outros países cumpram as suas promessas de participação com tropas.

Paralelamente, informações provenientes da Somália referem a existência de confrontos entre grupos islâmicos rivais que disputam o controlo das posições abandonadas pelas tropas etíopes que deixaram o território, após uma missão de dois anos na Somália.

O grupo extremista islâmico al Shabab reivindica ter capturado a cidade de Baidoa, a sede do Parlamento, enquanto as tropas governamentais e as forças da AMISON controlam apenas alguns quarteirões da capital, Mogadíscio.

A VOA entrevistou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Somália em exercício, Mohamed Jaama Ali: "há um ditado que diz que Roma não se fez num dia e nós estamos a tentar melhorar a situação de segurança na Somália e com a eleição de um novo presidente esperemos que a situação melhore", disse-nos o ministro. A comunidade internacional tem sido ásperamente criticada pelos líderes africanos por ter ignorado anos de guerra e de anarquia e súbitamente enviado navios de guerra para o Golfo de Aden quando piratas somalis ameaçaram lucrativas rotas marítimas comerciais.

Mas, à margem dos encontros a decorrer em Adis Abeba, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca, Per Stig Moeller, disse que os países ricos estão dispostos a ajudar, logo que existam fortes indicações de que terminaram os dias em que a Somália não passava de um Estado falhado.

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