No seu primeiro dia de funções, como novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, passou o dia lidando com algumas das mais candentes questões da actualidade mundial, nomeadamente a crise financeira e as guerras no Iraque e no Afeganistão.
Logo no início da manha, Obama assistiu a uma missa na Catedral de Washington. Mais tarde o presidente reuniu-se com os seus conselheiros para as questões económicas, com os quais debateu fórmulas para a reactivação da economia nacional.
O presidente ontem empossado tem vindo a defender um pacote de estímulos para a economia americana, calculado em 800 mil milhões de dólares e destinado a manutenção e criação de milhões de novos empregos.
Obama esteve igualmente reunido com os seus mais directos conselheiros para as questões da segurança nacional, com os quais analisou a possibilidade de implementação de uma das promessas de campanha eleitoral: o encerramento do centro de detenção de suspeitos terroristas de Guantanamo, no extremo de Cuba.
Na noite de terça-feira, quando os convidados abandonavam os salões dos festejos inaugurais, o Presidente Obama e o Secretário de Defesa, Robert Gates, sugeriam que fosse aprovada uma moção para a suspensão dos processos judiciais em curso na Base Militar de Guantanamo, durante um período de 120 dias. A suspensão daria oportunidade para que a nova administração reveja todo o sistema judicial militar, aplicável a Guantanamo, que tem sido largamente criticado pelos grupos dos direitos humanos.
Hoje, quarta-feira, os juízes militares estão a considerar a medida, tendo um dos membros do grupo emitido uma ordem escrita que suspende o julgamento do cidadão canadiano, Omar Kadr, naquela base militar em Cuba, acusado de ter morto um soldado americano, no Afeganistão, em 2002.
Esperam-se, ainda hoje, mais ordens para esse mesmo efeito, podendo afectar 21 outros casos pendentes, entre os quais, os levantados contra cinco indivíduos suspeitos dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001.
Entretanto, familiares de algumas das vítimas apelam ao prosseguimento dos julgamentos, e o mais rápido possível.
O Presidente Obama afirmara que iria encerrar o centro prisional em Guantanamo, onde os Estados Unidos ainda mantêm sob custódia 245 indivíduos. O novo presidente americano sublinhou na sua oração inaugural ontem, terça-feira, ser seu plano conduzir a politica estrangeira americana numa direcção diferente:
“Saibam que a América mantém laços de amizade com todas as nações…todos os homens, mulheres e jovens que busquem um futuro de paz com dignidade. Nós estamos dispostos a assumir mais uma vez a liderança.”
Espera-se que mais tarde, ainda hoje, quarta-feira, o Presidente Barack Obama se reúna com os seus conselheiros militares e de segurança para examinar, mais uma vez, as guerras no Iraque e Afeganistão. Durante a sua campanha presidencial, o candidato Obama prometera uma retirada das forcas americanas de combate do Iraque dentro de um espaço de 16 meses e que iria re-examinar o estatuto militar da guerra no Afeganistão.
Entretanto, mais tarde, mas ainda hoje, quarta-feira, Obama poderá ver aprovada a sua Secretária de Estado, Hillary Clinton, tal como prometera o líder da maioria democrática, Senador Harry Reid, que disse que o Senado iria preencher ainda hoje aquele alto posto diplomático da nova administração.
Pouco depois da tomada de posse do novo presidente, o Senado aprovou seis postos do gabinete de Barack Obama, mas adiou a votação de Hillary Clinton, como Secretária de Estado, quando o Senador republicano do Texas, John Cornyn, exigiu mais informação relativamente aos negócios do marido da candidata, o ex-Presidente Bill Clinton.
O Presidente Obama irá, também, rever o caderno da análise da crise económica da nação, juntamente com a sua equipa de economistas, tendo emitido anteriormente nova ordem executiva que obriga as agências governamentais, responsáveis pelo plano de apoio financeiro as instituições do estado, para que sejam mais transparentes na administração dos fundos ao seu cuidado.