Quando Barack Obama prestar juramento no próximo dia 20 como presidente dos Estados Unidos, o país e o mundo vão aguardar pelas "mudanças" por si prometidas.
No que diz respeito à política externa Obama indicou que a sua administração será menos inclinada a usar a forca para persuadir e influenciar outros países e mais a usar o poder não-militar e a atracção dos ideais, cultura e forma de vida do país.
O poderio militar dos Estados Unidos é inquestionável – as tropas americanas são das mais bem treinadas e equipadas do mundo e estão estacionadas em cerca de 130 países. Mas enquanto a superioridade militar americana tem vindo a crescer, a sua reputação e habilidade para persuadir outros parece estar a diminuir.
Uma recente sondagem da Pew Global Attitudes mostra que os pontos de vista positivos dos Estados Unidos declinaram em 26 de 33 países onde a questão foi colocada em 2002 e 2007, com mesmo aliados estreitos dos Estados Unidos a criticarem a política externa americana. Recentes sondagens mostram que maiorias em quase todos os países pensam que é altura para as tropas americanas deixarem o Iraque e o Afeganistão.
Nancy Snow, professora associada de Diplomacia Publica na Universidade de Syracusa, em Nova York, disse que a eleição de Barack Obama é por si só capaz de fortalecer a posição americana no mundo, mesmo antes de ele pôr o pé na Casa Branca.
"O mundo estava com a respiração suspensa, esperando que Obama e Biden ganhassem as eleições" disse Snow para quem " houve depois da vitória de Obama uma diminuição imediata do sentimento anti-americano".
Mas Nancy Sonow avisa que isso poder'a não durar muito tempo porque Obama vai agora, "ter de governar".
De qualquer modo, acrescentou, como "um candidato de mudança … Obama representa realmente de uma forma simbólica uma libertação de um presidente muito impopular em todo o mundo."
Durante o seu discurso de vitória em Chicago, o presidente-eleito Barack Obama prometeu "um novo amanhecer" da liderança americana no mundo.
Obama prometeu conduzir o país numa direcção diferente do que da administração Bush. Já disse que vai encerrar a prisão de Guantanamo como dos seus primeiros actos oficiais e declarou que os Estados Unidos não irão usar técnicas de tortura para obter informações.
A professora Nancy Snow afirmou que Obama poderá usar as suas excelentes capacidades de comunicação e o seu passado multi-cultural para restaurar a capacidade da América de usar o poder não-militar através da diplomacia e de programas de desenvolvimento.
Kristen Lord, uma especialista da Brookings Institution sobre relações dos Estados Unidos com o mundo islâmico afirmou estar optimista em que Obama vai mudar imediatamente o tom do diálogo com outros países envolvendo respeito mutuo e cooperação.
Hillary Clinton a escolha de Obama para secretaria de Estado, prometeu na audiência de confirmação no Senado afastar-se do que chamou de "ideologia rígida" que muitos analistas associaram com a política externa do presidente Bush.
"Penso que a liderança americana tem sido fraca e aguarda por uma mudança" disse Clinton, acrescentando que os Estados Unidos têm que "usar o que tem sido chamado de poder inteligente, os instrumentos totais à nossa disposição – diplomáticos, económicos, militares, políticos, legais e culturais – ou uma combinação deles para cada situação".
"Com o poder inteligente, a diplomacia será a vanguarda da nossa política externa" acrescentou Clinton.
Clinton disse que ela e Obama irão tentar persuadir primeiro e usarão a força apenas como último recurso. Clinton afirmou que os Estados Unidos precisam de fazer mais amigos e menos inimigos e pediu para que o Departamento de Estado seja plenamente capaz e financiado para enfrentar as muitas oportunidades de liderança.
Milhões de pessoas em todo o mundo aguardam a tomada de posse de Barack Obama na próxima terça-feira, dia 20 de Janeiro como o quadragésimo-quarto presidente dos Estados Unidos com um sentimento de orgulho e esperança por um futuro melhor esperando que a administração Obama seja um novo tipo de liderança americana.