Na Somália e na sequência da demissão do presidente Abdullahi Yusuf os dirigentes do país estão a encontrar dificuldades em formar um novo governo. Os dois principais dirigentes somalis estão a efectuar uma visita a diversos países da África Oriental para discutir a situação no seu país.
O Primeiro-ministro e o Presidente interino da Somália, partiram directamente de Adis-Abeba para a capital queniana, Nairobi, numa tentativa para promover a consolidação do seu governo, ainda frágil, e ainda impedir um vácuo de segurança à medida que a Etiópia vai retirando as suas tropas que tem ajudado manter no poder o governo somali durante os últimos dois anos.
Numa entrevista no aeroporto, depois de três dias de conversações com as entidades etíopes, o Primeiro-ministro Nur Hassan Hussein, conhecido também, mais popularmente por Nur Adde, disse que os legisladores somalis enfrentam alternativas difíceis para quem uma das alternativas é "a organização de eleições nos próximos 30 dias nos termos da carta constituição provisória, tendo em conta ao mesmo tempo o acordo de Djibouti que prevê o alargamento do parlamento, a formação de um governo de unidade nacional e a eleição da respectiva liderança".
O Ministro etíope dos Negócios Estrangeiros, Seyoun Mesfin, esteve também no aeroporto na despedida dos seus hóspedes. Na entrevista que concedeu a Voz da América o diplomata etíope disse que na sua qualidade de presidente rotativo da IGAD, a Organização da Região da África Oriental, exortou os líderes somalis para de momento adiarem a implementação do acordo de Djibouti, dando prioridade à eleição de um novo presidente.
"A IGAD pronunciou-se a favor do respeito pela letra e espírito da carta constitucional, tratando-se, desta feita, do único documento legal que confirma a legalidade do regime provisório" disse Seyou que falava quando as tropas etíopes estão prestes a concluir a sua missão de dois anos de apoio ao governo de transição em face violência resultante dos ataques dos extremistas do grupo al-Shabab.
Muitos observadores receiam que os activistas da al Shabab possam ainda atacar e ocupar Mogadishu e impor a lei islâmica, Sharia, num país que não tem governo há mais de 17 anos.
Por sua vez, o líder parlamentar e presidente em exercício da Somalia, Sheikikh Madobe, admitiu num comunicado à Voz da America, que os extremistas Shabab podem constituir ainda um desafio:
"Grupos extremistas como al-Shabab podem constituir ainda um desafio ao governo,"disse para acrescentar que "todavia, não receamos que seja criado um vácuo de segurança pela partida das tropas etíopes".
"Confiamos que a comunidade internacional e os países africanos irmãos irão cumprir a sua promessa em forças que vão preencher o fosso"acrescentou.
Entretanto, diplomatas de países da África Oriental afirmam recear uma intensa luta pelo controlo do governo de transição na Somália entre as várias facções somalis, resultando no derrube do novo governo Tal como aconteceu com governo anteriores.