O Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon disse não concordar com os Estados Unidos que afirmam ser tempo para o envio de capacetes-azuis para a Somália.
Ban afirma não haver apoio dos Estados membros a essa proposta acrescentando que a situação actual não é em nada favorável para o envio de um contingente militar para aquele país.
O chefe das Nações Unidas disse que tem tentado ao longo dos últimos quatro meses, responder a um pedido do Conselho de Segurança em criar uma forca multinacional para a estabilizar a situação na Somália.
Ban Ki-moon disse ter falado com 50 países, mas as repostas não têm sido nem favoráveis nem negativas. Ban disse que nenhum país se ofereceu para liderar a missão e apenas em um ou dois casos houve disponibilidade em contribuir com tropas. Entre os membros do Conselho de Segurança, disse Ban Ki-moon, apenas um país assegurou em disponibilizar fundos e equipamentos, mas não tropas.
"Por isso, os meus esforços em criar a força internacional de estabilização não têm sido materializados até agora" disse o Secretário Geral da ONU que sublinhou "existirem alguns membros do Conselho de Segurança, incluindo os Estados Unidos que estão a favor da criação do envio de uma força de capacetes azuis das Nações Unidas para a Somália". "Acredito, e todos os meus conselheiros e membros de equipa do Departamento das Operações de Manutenção da Paz, e os departamentos afectos, igualmente pensam que nada está pronto e que as condições não são nada favoráveis para considerar uma missão de capacetes azuis" acrescentou.
Na Terça-feira, a Secretaria de Estado norte-americana Condoleezza Rice disse numa sessão do Conselho de Segurança sobre a Somália que embora a situação não seja necessariamente positiva para o envio de tropas, com o tempo elas ainda serão piores, se o caos ainda persistir.
Rice disse que a prevenção é uma questão real e que os Estados Unidos podiam pressionar o Conselho de Segurança a autorizar o envio de uma forca o mais tardar até ao final deste ano.
Ban sugeriu o fortalecimento das forças africanas actualmente na Somália.
"Antes de pensarmos sobre a criação de uma missão de capacetes azuis na Somália, precisamos antes de tudo reforçar as capacidades das forcas da União Africana – AMISOM – através de fornecimento de fundos e equipamentos e treinos" disse o dirigente da ONU.
"Uma outra opção seria treinarmos os somalis, fornecendo-lhes os recursos necessários" e também "considerar a criação de uma forca :arítima com a eventual possibilidade do envio de capacetes azuis das Nações Unidas".
"Penso ser este o passo certo para a acção" disse Ban Ki moon.
A Força de Manutenção da Paz da União Africana, AMISOM, de acordo com Ban Ki-moon dispõe de dois mil e seiscentas tropas do Uganda e do Burundi. A Etiópia que tinha enviado tropas separadamente para a Somália em 2006 destinadas a travar a rebelião das forças dos Tribunais Islâmicos, anunciou que vai retirar o seu contingente no final deste ano, deixando a pequena e mal equipada forca da União Africana como a única missão de manutenção de paz num país marcado pela insurreição.