O Presidente americano, George Bush, juntou-se aos apelos mundiais para o Presidente Robert Mugabe,do Zimbabwe,abandonar o poder.
Numa declaração emitida terça-feira, o presidente americano disse, "ser tempo para Mugabe ir-se embora". Bush apelou também aos africanos para exigirem o fim do que chamou de tirania de Mugabe.
O apelo de Bush segue-se a uma crescente onda de criticas ao regime de Mugabe e à necessidade de se garantir que este abandone o poder.
O primeiro ministro do Quénia apelou mesmo ao uso da força para se forçar Mugabe a abandonar a presidencia.
Mas o porta voz da União Africana e presidente em exercício do grupo, o líder tanzaniano, Jakaya Kikwete, disse que apenas o diálogo pode resolver os problemas do Zimbabwe, e não a força militar.
Entre os problemas que o Zimbabwe enfrenta figuram o surto galopante da epidemia da cólera, escassez alimentar, a hiperinflação da moeda, e o impasse nos esforços tendentes a formar um governo da unidade nacional.
Por sua vez,o porta voz do Presidente Mugabe, George Charamba, acusou o Ocidente de utilizar o da epidemia da cólera como pretexto para defender a invasão da ex-colonia da Grã-Bretanha.
A secretária de estado americana Condoleezza Rice tinha anteriormente afirmado que apenas um esforço concertado dos países vizinhos do Zimbabwe poderá pôr termo à crise política e humanitária naquele país. Rice repetiu igualmente o apelo a Robert Mugabe para que se demita da presidência zimbabwiana.
As declarações da chefe da diplomacia americana na semana passada na Dinamarca encontraram eco na Grã-Bretanha, França e na União Europeia. Condoleezza Rice declarou que o sofrimento do povo zimbabueano não terminará enquanto os países da África Austral não se manifestarem mais claramente por uma mudança de liderança em Harare.
Rice fez tal declaração numa cerimónia no departamento de estado na qual o embaixador americano no Zimbabwe James McGee foi galardoado com um prémio pelo papel que aquele diplomata tem vindo a desempenhar para chamar as atenções mundiais para as violações dos direitos humanos pelo governo de Harare. Na ocasião, Rice afirmou que McGee ajudou a aumentar as pressões internacionais para a conclusão do acordo de partilha do poder em Setembro passado acordo esse que Mugabe se recusou a pôr em prática.
Rice afirmou que Mcgee tinha trabalhado "no sentido de fazer com que o processo eleitoral fôsse justo e para fazer com que a partilha do poder funcionasse".
McGee "trabalhou em nome dos Estados Unidos para melhorar a vida do povo zimbabwiano.", acrescentando que os Estados Unidos espera; que "essa melhoria ocorra em breve."
A agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional , a USAID, anunciou na semana passada que tinha disponibilizado mais 600 mil dólares para ajudar a combater o surto de cólera no Zimbabwe para além do milhão de dólares que já tinha sido destinado a programas de saneamento básico naquele país. Aquela agência do governo americano afirmou que desde Outubro de 2007 os Estados Unidos já providenciaram ajuda humanitária ao Zimbabwe num montante de mais de 220 milhões de dólares.
Entretanto, a China decidiu igualmente prestar assistência humanitária ao Zimbabwe por causa da epidemia de cólera que já causou a morte a mais de 600 pessoas. Contudo um porta-voz chinês não juntou a sua voz à de outros lideres internacionais exigindo a demissão do presidente Robert Mugabe. O porta -voz do ministério dos negócios estrangeiros, Liu Jianchao, disse apenas que Pequim estava preocupada com a deterioração da situação no Zimbabwe.
Liu Jianchao afirmou que a China estava considerar o envio de ajuda de emergência. Durante ouma conferência de imprensa o porta-voz escusou-se a especificar se Pequim apoiava ou não os apelos dos Estados Unidos e da União Europeia para a demissão de Robert Mugabe. De salientar que a China é um dos maiores parceiros comerciais do Zimbabbwe e o maior comprador de tabaco zimbabwiano. Este ano o volume de negócios entre os dois países ascendeu a 500 milhões de dólares.