A situação no Zimbabwe, as dificuldades em se estabelecer um programa internacional de luta contra a pirataria ao largo da Somália e o combate à SIDA na África do Sul foram as questões africanas que mais atenção mereceram nos jornais americanos na semana finda.
No que se refere ao Zimbabwe o Washington Post publicou uma reportagem de Karin Brulliard datada da localidade de Zaka titulado Terra de Confiança Perdida e versava precisamente isso, o facto da violência que marcou a segunda volta das eleições presidenciais ter deixado cicatrizes profundas em comunidades através do país onde o desejo de vingança parece ser maior que possíveis apelos à reconciliação. Escreveu Brulliard que "enquanto os dirigentes do Zimbabwe negoceiam, no terreno as hostilidades permanecem enormes, com as rivalidades de tal modo agravadas que a reconciliação permanece um conceito distante".
"A brutalidade generalizada abrandou mas violência política dirigida em grande parte contra a oposição – incluindo a tortura, pilhagem, agressões e violações – tem continuado e as ameaças estão a aumentar perigosamente", acrescentou o artigo de Karin Brulliard do Washington Post.
Aspecto cultural importante no combate a SIDA
A infatigável repórter do Christian Science Monitor, Nicole Itano, escreveu uma interessante reportagem datada de Johannesburg sobre o combate à SIDA. A reportagem faz notar que um novo ênfase está a ser posto em programas de prevenção que reconhecem que a distribuição de preservativos não é suficiente e que para se abrandar o alastramento da epidemia é necessário haver mudanças culturais. Escreveu Itano que "este novo método é baseado em novas investigações sobre as formas motrizes da epidemia, especificamente a pratica comum em muitos países africanos altamente afectados de se possuir ao mesmo tempo várias parceiras sexuais de longo prazo".
"Estes novas mensagens de prevenção da SIDA estão também a esbater as divisões muitas vezes recheadas de rancor entre os defensores seculares de campanhas de prevenção baseadas na distribuição de preservativos e organizações religiosas que dão ênfase à abstinência e fidelidade" escreveu Nicole Itano do Christian Science Monitor que disse ainda que há agora o reconhecimento que a distribuição de preservativos não poderá só por si por termo á "maré" da epidemia.
Isto porque, explicou, embora o uso de preservativos tenha aumentado em relações sexuais casuais muitas pessoas deixam de os usar quando tem relações com parceiros sexuais múltiplos de longo prazo
Obstàculos legais à luta contra a pirataria.
No que se refere a África a salientar ainda na semana finda um uma reportagem datada de Berlin na Alemanha e que versou as dificuldades legais que alguns países estão a ter em envolver-se num combate mais directo à pirataria ao largo da Somália.
O artigo dá como exemplo a Alemanha país que segundo diz o repórter Nicholas Kulish possui a maior frota de navios que transportam contentores, cerca de 36 por cento da capacidade mundial de contentores.
Mas a lei alemã prevê que cada envio de forças para o estrangeiro tenha que ser aprovado pelo parlamento.
Um professor de direito afirma contudo que o regime legal para combate aos piratas já existe, nomeadamente a Convenção Internacional da Lei do Mar e um mandato do conselho de segurança da ONU autorizando o combate aos piratas.
O artigo revela que a partir do próximo dia 9 de dezembro uma missão internacional deverá começar a operar ao largo da costa da Somália.