Entre os africanos que têm seguido a corrida presidencial, a maior parte acredita que o candidato democrata Barack Obama irá derrotar o candidato republicano John McCain.
Isto deve-se em parte aos laços ancestrais de Obama com o continente africano. Obama é filho de um queniano negro e de uma americana branca.
Mas para Simon Wekesa, estudante de direito em Nairobi, a popularidade de Obama advém também do seu trabalho junto da comunidade negra americana, nos Estados Unidos.
“Obama é americano. Passou a maior parte da sua vida na América. Mas os negros americanos também são africanos, e Obama tem um laço directo com o Quénia.”
Wekesa acrescenta que se o candidato do partido democrata perder será por causa da discriminação racial.
Mas o cientista político queniano Barack Muluka não acredita que racismo seja um grande factor.
“Se fosse uma questão de raça então Barack Obama não teria chegado onde chegou até agora. Penso que devemos dar ao povo dos Estados Unidos um pouco mais de crédito do que parecemos dar.
O funcionário público senegalês Mamadou Diallo diz que a popularidade de Obama em África se deve ao facto dele se preocupar com os menos favorecidos.
“Se Obama ganhar não será porque é negro mas porque representa os pobres, que são o maior sector da sociedade americana.
Said Nyang, professor no Senegal, afirma que a eleição de Obama será um importante sinal para o mundo.
“Será uma revolução porque Obama mostrará a outros países que é possível para alguém com pele negra mudar o mundo.
Uma das mudanças mais esperadas é uma mudança na política externa dos Estados Unidos, laegamente criticada no estrangeiro.
O professor zimbabueiano Tafara Moyo diz que a mudança na política externa será uma realidade seja qual for o candidato que ganhe “essencialmente porque o presidente cessante tinha uma política externa impopular que assentava em premissas algo justificáveis sobre a guerra ao terrorismo que eram cada vez mais ilegítimas e duras especialmente se olharmos para locais mais conturbados como é o caso do Iraque e do Afeganistão.
Mohammed Babane, membro do parlamento mauritano acredita que John McCain será a melhor escolha pois “porque se houver estabilidade na América haverá estabilidade no mundo.”
Desta asserção discorda Ould Khatry, professor na Universidade de Nouakchott: “Pensamos que Obama será mais pacífico, será mais moderado e não adoptará a doutrina Bush que iria impồr uma visão mais ou menos moralista ao mundo.”
Serge Malo, engenheiro senegalês, espera que o próximo presidente americano seja capaz de fazer mais para aliviar a pobreza no continente. Diz que a administração Obama pressionará mais a adopção de políticas comerciais e de desenvolvimento internacionais mais favoráveis para África.
“Os Africanos esperam muito de Obama relativamente à questão da pobreza em África e porque durante a campanha ele exibiu um lado social e humanitário muito forte.
Mas Polly John, estudante queniano, não acredita que uma vitória de Obama tenha grande impacto em Africa: “ Obama não é um presidente de África. Se ele ganhar irá concentrar-se nos Estados Unidos apesar de que possa ter contactos amigáveis com o Quénia.
Francis Gomez, estudante universitário no Senegal diz que uma vitória de Obama serviria de exemplo para a juventude africana.
“(Obama) Irá mostrar aos jovens africanos que apenas se conseguem (as coisas) trabalhando duro, que eles estão a perder o seu tempo em guerras inúteis e não se deviam sentar em cima da sua miséria e esperar a ajuda dos americanos, dos chineses ou de outros.
Francis conclui dizendo que os Africanos devem acreditar no sonho africano porque possuem recursos intelectuais e naturais suficientes para obter mudanças. O que é preciso, friza, é uma mudança de atitude.