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Nkunda na Ofensiva


O Congresso Nacional para a Defesa do Povo, um grupo rebelde liderado pelo antigo General Congolês Laurent Nkunda, continua a sua ofensiva, que iniciou no domingo.

As forças governamentais retiraram-se quando as tropas rebeldes se aproximavam das vilas de Kibumba e Rutshuru, a norte de Goma, perto da fronteira com o Uganda.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados disse que 30 mil civis abandonaram as suas terras devido à luta, encontrando-se a caminho de Goma, na fronteira com o Ruanda.

O General Nkunda afirmou que as suas forças estão a proteger a minoria étnica tutsi na zona leste do Congo, ameaçando capturar Goma. As suas tropas encontram-se a cerca de sete quilómetros daquela cidade oriental congolesa.

O especialista em segurança congolês, Charles Nasibu, disse à Voz da America que, por ora, é difícil de determinar o objectivo final de Nkunda: “Nkunda vai muito provavelmente organizar um movimento à escala nacional por forma a controlar o poder. Mas isto parece muito difícil, senão impossível....não vejo como poderá fazê-lo...mas se conseguir ocupar Goma, a situação vai mudar a favor do general rebelde, que terá sob o seu controlo o aeroporto de Goma e a fronteira entre o Ruanda e Republica Democrática do Congo.”

Helicópteros da MONUC, a Missão das Nações Unidas no Congo, dispararam contra as posições dos rebeldes na segunda-feira, nos arredores de Kibumba. As forças de Nkunda ripostaram, disparando roquetes contra uma caravana das Nações Unidas atingindo dois veículos.

Responsáveis da MONUC afirmam que o seu mandato que tem por foco a protecção da população civil, integra também as zonas urbanas. Já em Dezembro do ano passado, as forças de manutenção da paz tinham repelido uma ofensiva de Nkunda.

Todavia, a população civil queixa-se dos fracassos das forças de manutenção da paz que não conseguem suster os avanços rebeldes. Na segunda-feira foram mortos pelo menos cinco civis, quando os manifestantes lançavam pedras contra os escritórios das Nações Unidas em Goma. As tropas da ONU dispararam para o ar, como lhes tinha sido ordenado.

Além destes problemas, o Comandante da força de 17 mil homens das ONU demitiu-se, na segunda-feira, depois de menos de três semanas no país. O Presidente Kabila nomeou também um novo ministro de Defesa, no domingo.

O governo congolês disse que as forças de Nkunda estão a ser apoiadas pelo Ruanda e que as suas forças capturaram armamento das tropas ruandesas no principio do mês.

Por sua vez, o Ruanda afirma que as tropas congolesas estão a cooperar com milícias do FDLR, que operam a leste do Congo, compostas por militantes hutus, muitos dos quais participaram no genocídio de 1994.

Nkunda assinou o acordo de paz com o governo congolês em Janeiro passado, mas a luta eclodiu mais uma vez em Agosto último tendo desde então desalojado mais de 250 mil civis. As Nações Unidas calculam que cerca de um milhão de pessoas estão desalojadas nas regiões aLeste da República Democrática do Congo.

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