Dois homens duas lutas diferentes. Feliciano dos Santos em Moçambique, Denis Mukwege na República Democrática do Congo. O primeiro um cantor que luta pela aplicação de conceitos básicos de higiene. O segundo um médico cujo trabalho é o de tratar mulheres vítimas de violações sexuais.
Foram dois perfis publicados na semana passada pelos jornais americanos e que nós abordámos no nosso África na Imprensa Americana
Foi o New York Times que publicou o perfil de Feliciano dos Santos numa reportagem datada de Lichinga na província moçambicana do Niassa e assinada por Barry Bearak. Feliciano dos Santos foi noticia recente quando o seu grupo musical Massukos venceu recentemente o Prémio Goldman para o ambiente pelo seu papel em propagar princípios básicos de higiene, como construção de latrinas na sua província natal do Niassa.
”Situadas numa zona de montes e montanhas entre a alfazema dos jacarandás, as aldeias do Niassa podem parecer pitorescas mas os seus habitantes são extremamente pobres vivendo em palhotas sem janelas feitas com lama, tijolos e palha. Geralmente usam o mato ou latrinas de céu aberto como retretes. Isso causa muitas vezes o envenenamento da água,” escreveu o repórter do New York Times.
Foi aliás essa a causa da pólio que afectou uma perna de Feliciano dos Santos que encontrou depois o seu destino na música e no activismo pela saúde e higiene. O repórter do New York Times disse que o cantor moçambicano sempre gostou da música de ritmo rápido dada pela Sungura e da cadencia rítmica do Regae, tendo gostos musicais que se estendem de Ismael Lo no Senegal a Bob Marley na Jamaica e Stevie Wonder nos Estados Unidos. .
Em 1996 quando o seu trabalho começava a ganhar fama e influencia Feliciano dos Santos formou a organização ”Estamos” que desde então construiu cinco mil latrinas e expandiu as suas actividades à entrega de ajuda e serviços a pacientes da sida.
A ”Estamos” é uma organização em expansão o que leva Feliciano dos Santos a confessar ao jornalista do New York Times estar exausto. A ”Estamos” tem agora mais de 30 empregados e um orçamento de quase um milhão de dólares. O trabalho pode ser irritante envolvendo a tarefa árdua de preparar propostas para doações e e o trabalho incessante de levar funcionários do governo a actuarem, disse o jornal.
Denis Mukwege
Outra personalidade africana abordada pelos jornais americanos da semana passada foi o Dr. Denis Mukwege que trabalha num hospital em Bukavu na parte leste da República Democràtica do Congo e que foi a figura de uma reportagem de Scott Baldauf do Christian Science Monitor, reportagem essa datada de Bukavu. O repórter do CS MOnitor disse que a maioria das pacientes do Dr Mukwege, um ginecologista, são vítimas de violações sexuais. E acrescentou que “há mais de uma década que o Dr Mukwege e a sua pequena equipe de assistentes no Hospital Panzi têm levado a cabo uma pequena guerra para ajudar mulheres a recuperarem a sua dignidade e a sua saúde num conflito regional de longa duração que transfomrou as violações em grupo numa arma de geurra. O conflito dá poucos sinais de estar a terminar”.
O repórter do CS Monitor escreveu que desde 1998 o Dr Mukwege e a sua equipa levaram a cabo cirurgia reconstrutiva em 21000 mulheres vitimas de violações sexuais. O Dr Mukwege diz que contudo isto é uma pequena percentagem doo numero total de violações na região.