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As Implicações da Crise Financeira nos EUA


Numa demonstração da globalização da economia a crise financeira dos Estados Unidos está a ter impacto em todo o mundo. Para muitos, esta crise financeira está rodeada de interrogações agravadas por uma terminologia financeira que torna ainda mais difícil a sua compreensão.

Ao seu nível mais básico esta crise é simples. O público fez empréstimos dando como garantia as suas casas, na perspectiva que os preços iriam aumentar. A existência de crédito fácil foi outra razão. Esse crédito fácil foi alimentado por juros baixos e pela circulação de capital de todas as partes do mundo, sem quaisquer restrições devido à globalização. A existência desse crédito fácil fez com que muitas pessoas comprassem casas acima das suas capacidades na suposição de que os preços continuariam a aumentar, o que resultaria na possibilidade de lucros para pagar essas dívidas.

O Prof. Gustavo Manso, da Faculdade de Gestão do prestigioso Instituto de Tecnologia de Massachussets explicou à Voz da América que isso está a ter um efeito sobre aqueles que fizerem os empréstimos os bancos.

Uma das razões porque a crise se alastrou foi precisamente devido à globalização e - vamos lá - à "criatividade" de empresas de financiamento. Companhias de financiamento criaram o que chamaram obrigações de dívidas colaterizadas, conhecidas pelas siglas inglesas de CDO. O que são CDO´s? São fundos de milhões ou de dezenas de milhões de dólares de dívidas repartidos em fatias que são depois vendidos a investidores com base nos juros dessas dívidas e na sua qualidade de crédito.

Após isso companhias de seguro com a gigantesca AIG entraram no jogo prometendo assegurar esses CDO´s. E venceram esses seguros com o nome de "credit default swaps", ou CDS ´s a outras companhias com a condição de que caso as obrigações de dívidas não, CDO s não fossem pagas as seguradoras assumiram a responsabilidade do seu pagamento.

Quando as dívidas deixaram de ser pagas por aqueles que tinham obrigações de dívidas CDO´ s, como muitos companhias de investimento perderam milhares de dólares. Daí a crise à escala global. Daí que o governo do presidente Bush tenha inicialmente entrado com dezenas de milhões de dólares para salvar algumas companhias, como a "Bear Sterns". Daí que, mais recentemente, e à medidas que a crise se profundava o governo do presidente Bush tenha proposto um pacote de 700 mil milhões de dólares para assumir responsabilidade por essas dívidas e repôr o crédito em circulação, crédito que é essencial para o funcionamento da economia.

O Prof. Gustavo Manso disse que, para além da necessidade de se "apagar o fogo", por assim dizer, o programa da administração Bush tem outras implicações.

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