O principal grupo militante da região do Delta do Níger, a região rica em petróleo da Nigéria, prometeu uma retaliação massiva perante a ofensiva desencadeada pelo exército governamental contra as suas posições.
Num comunicado tornado público no domingo, o Movimento para a Emancipação do Delta do Níger disse ter já destruído estações de bombagem e oleodutos, tendo declarado o que designaram por uma "guerra do petróleo", na sequência de uma grande batalha travada com as forças de segurança naquela região rica em petróleo.
A agência noticiosa "Reuters" citou um representante da companhia Chevron confirmando que uma plataforma petrolífera no Delta do Níger foi atacada.
O grupo ameaçou também lançar o que designou por um furacão de retaliações contra as companhias petrolíferas, dando-lhes 24 horas para retirarem todo o seu pessoal.
Analistas políticos dizem que os ataques no Delta do Níger se tornaram mais frequentes e intensos porque o governo está a perder o controlo naquela região.
O presidente nigeriano, Umaru Yar´Adua começou a ser pressionado para esmagar a rebelião. Durante o fim de semana, a ofensiva do exército mostra que o governo adoptou uma abordagem mais musculada relativamente aos militantes no Delta do Níger.
Mas, os militantes afirmam que não têm receio em fazer frente aos militares, como diz o comandante rebelde, Tom Polo.
Polo afirma que os rebeldes planeiam aumentar os seus ataques antes do Dia da Independência da Nigéria, que se celebra a 1 de Outubro. Os militantes têm homens suficientes, armas e munições, diz ele, para fazer frente ao exército nigeriano.
Quase duas décadas de rebelião no Delta do Níger evoluiu, nos últimos anos, para uma insurreição armada para o controlo local da riqueza petrolífera daquela região.
Os militantes afirmam que o Delta não recebe uma quota parte justa dos enormes lucros que proporciona ao país.
A tentativa do governo de negociar um acordo com os rebeldes fracassou em Agosto último.
A campanha cada vez mais agressiva dos rebeldes na região reduziu a produção do petróleo nigeriano em mais de 20 por cento.
Cerca de 300 estrangeiros foram feitos reféns no Delta do Níger desde o início do ano de 2006. Quase todos eles foram libertados sem terem sido molestados. Um grupo de 27 trabalhadores raptados na semana passada continua, no entanto, em poder dos rebeldes.