O candidato republicano às presidenciais, o senador John McCain, continua a criticar o seu rival democrata, o senador Barack Obama, de defender a derrota da política americana no Iraque como plataforma para ganhar as eleições de Novembro. Este ataque coincide com a conclusão da visita de Obama ao Afeganistão, Iraque, Jordânia, Israel, Alemanha, França e Grã-Bretanha.
O senador Obama desde sempre defendeu um calendário para a retirada das forças americanas do Iraque, reforçando, em contrapartida, a presença militar americana no Afeganistão.
Durante esta sua digressão, o candidato democrata à Casa Branca foi, claramente, apoiado pelo governo iraquiano que sancionou a sua posição de retirar as tropas americanas do Iraque até 2010, bem como por tomadas de posição da administração Bush, reconhecendo a necessidade de focar mais atenção na deterioração da situação de segurança no Afeganistão.
Mas, se os acontecimentos da semana passada pareceram favorecer a mensagem política de Barack Obama no Iraque e no Afeganistão, o seu rival republicano tem tentado chamar a atenção para o facto do candidato democrata se ter oposto, no ano passado, ao reforço súbito da presença militar americana no Iraque, o que terá contribuído em grande parte para a redução dos níveis de violência naquele país.
Entrevistado pela rede de TV “ABC”, John McCain acusou Obama de adoptar uma posição oportunista relativamente ao Iraque, posição essa que poria em perigo toda a missão americana naquele país: “ Obama não compreende o que está aqui em jogo. E escolheu uma opção política que o ajudar a garantir a sua nomeação pelo seu partido. Eu escolhi apoiar o reforço militar que eu sabia ser uma medida impopular, porque eu sabia que tínhamos que ganhar no Iraque. E se tivéssemos feito o que o senador Obama queria fazer, teria sido o caos, o genocídio, o aumento da influência do Irão e talvez a Al Qaida restabelecesse de novo as suas bases no Iraque”.
Para Obama, a questão importante não é saber se o reforço militar foi ou não uma boa ideia, mas qual é a melhor forma de utilizar os limitados meios militares e financeiros dos EUA, dado considerar, à partida, que a decisão de invadir o Iraque em 2003 foi uma má decisão. O senador Obama foi entrevistado pela rede de TV “NBC”:
“Não há dúvidas – e eu tenho dito isto repetidamente – que a missão das nossas tropas no Iraque tem sido útil. A minha missão, na qualidade de comandante chefe, será a de tomar decisões sobre qual é a guerra certa que devemos travar e como travá-la. Penso que nos deveríamos ter concentrado, desde o início, no Afeganistão. Deveríamos ter terminado essa missão. E não terminámos. Mas, temos agora oportunidade de avançar, de iniciar um envio faseado das nossas tropas, transferindo-as do Iraque para o Afeganistão e garantir que terminaremos ali a nossa missão.”
As sondagens à opinião pública americana mostram uma luta renhida entre os dois candidatos presidenciais, com a maioria dos americanos a colocarem a situação económica no topo das suas prioridades.