Falamos em programa anterior de um novo supermicrobio - Stenotrophomonas- mais conhecido simplesmente como Steno.
ANA - Pois é, agora chegam noticias do País de Gales de que 70 pessoas já foram infectadas por esse micróbio, que se mostra resistente a quase todos os antibióticos.
RENATO - O Steno prolifera nos ambientes húmidos, como torneiras e chuveiros. O dr. Robin Howen, consultor em matéria de microbiologia, comentou que não se deve exagerar o risco do Steno. Ele não se compara ao MRSA, muito mais virulento.
ANA - Em todo o caso, o facto de ele ser bastante resistente aos remédios e de estar a proliferar em maior numero recentemente, causa preocupação. Ainda mais que ele pode causar danos às pessoas que estão com o sistema imunologico enfraquecido por algum motivo.
RENATO - Ana, você sabe de alguma noticia engraçada. Estou a precisar rir.
ANA-Ah, já sei! Você ficou impressionado com as conclusões de um estudo feito em Monbai, na Índia, sobre os benefícios do riso para a saúde.
RENATO - Isso mesmo, Ana. O dr. Madan Kataria, medico que clinica na Índia e em Nova York, fez o anuncio durante uma reunião cientifica de colegas americanos. O dr. Kataria é fundador da escola ioga de riso .
ANA - Ele revelou que as experiências cientificas com 200 voluntários mostraram uma redução da pressão sanguínea depois de uma sessão de exercícios respiratórios acompanhados de frequentes risos.
RENATO - O medico da Índia precisou, porem, que o simples sorriso ou um riso discreto não bastam. Para beneficiar a sua saúde, o indivíduo tem que dar uma gargalhada sonora, que chegue a fazer os músculos da barriga se contraírem.
ANA - A Dra. Sandra Taler, da Clinica Mayo, de Rochester, disse que o estudo pode ser considerado interessante, mas foi feito sem muito rigor, com um numero pequeno de medidas da pressão. Ela acrescentou que os exercícios respiratórios, por si sós, são capazes de afectar favoravelmente a pressão.
RENATO - Seja como for, Ana, vamos respirar mais fundo e dar bastante risada. Mal não faz.
ANA - Bem, Renato, quem não esta com vontade de rir é o Doutor Jeffrey Miller, professor de genética molecular. Pelo menos quando ele fala de resistência antimicrobiana.
RENATO - Isso mesmo. Ele diz que há motivo de preocupação, e explica: "Desde 2005, mais gente morreu de resistência antimicrobiana nos Estados Unidos do que de SIDA".
ANA - E ele lembra, conforme temos dito aqui, que esse fenómeno decorre do uso abusivo e incorrecto de antibióticos e da falta de higiene nos hospitais.
RENATO - O Dr. Peter Cegielski é chefe de equipa da Divisão de Eliminação da Tuberculose do Centro de Controle e Prevenção de Doença, órgão do governo americano.
ANA - Ele concedeu a este programa uma entrevista sobre diversos aspectos de uma doença que a Organização Mundial de Saúde considerou, desde 1993, como um problema alarmante. Renato falou com ele.
RENATO - Sim, Ana comecei por perguntar ao Doutor Cegielski a que se deve a atenção cada vez maior dada à tuberculose pela opinião médica mundial, Eis o que respondeu:
"A tuberculose foi
por muito tempo uma epidemia, primeiro na Europa, e depois em outras regiões do
mundo. Em 1940/50 foram descobertos os primeiros medicamentos anti Tb, e houve
grande alegria porque passara a haver um tratamento seguro. No período
seguinte, criou-se a impressão de que a
tuberculose estava a ser curada e em breve seria uma doença do passado. Mas na verdade não era assim. O que
aconteceu foi que a doença saiu, por assim dizer, das manchetes. Finalmente, em 1980-90 houve conscientização
para a gravidade do problema, e se compreendeu que a tuberculose era uma das
maiores ameaças à saúde mundial".
ANA - A tuberculose é uma doença
do Terceiro Mundo? Ouçamos o que disse o Doutor Cegielski:
"A tuberculose, de facto, é
associada com a pobreza e, portanto existe mais em países onde a situação
económica é precária. A má nutrição é um factor importante, mas a tuberculose
pode ocorrer no mundo afluente, como na Europa e outras regiões. Por exemplo,
no ano passado houve 13 mil casos aqui nos EUA".
ANA - Os testes feitos para
diagnosticar a tuberculose constituíram outro tópico abordado na entrevista.
Ouçamos o Doutor Cegielski:
"Os testes feitos na pele são
usados em certas ocasiões. Mas o mais comum é o exame microscópico do escarro
do paciente. A tuberculose pode afectar diversos órgãos, mas o mais frequente é
a lesão pulmonar. A doença se transmite pelo ar, quando o doente tosse ou
espirra. O exame microscópico do escarro permite determinar a importância da
infecção. Trata-se de um teste barato e muito rápido. O resultado pode ser
conseguido em poucas horas. Portanto, a microscopia tem sido usada como meio de
diagnostico há muitos e muitos anos".
ANA - Esta foi uma entrevista
concedida a este programa pelo Dr. Peter Cegielski, do Centro de Controle e
Prevenção de Doenças, órgão do governo americano.
RENATO - Vamos continuar a transmitir, no programa seguinte, outros trechos da longa entrevista do Doutor Cegieslki, especialista em tuberculose.