A União Africana deverá considerar hoje uma resolução sobre a situação política no Zimbabwe, onde o presidente Robert Mugabe iniciou um novo mandato, na sequência de eleições cujos resultados são considerados desacreditados.
Mugabe foi bem recebido, por ocasião da abertura da Cimeira da União Africana, apesar dos apelos para que aquela organização pan-africana rejeitasse a sua reeleição.
Três equipas africanas de observadores, incluindo da União Africana, disseram que as eleições foram marcadas por actos de violência.
Mas, os líderes africanos evitaram fazer críticas directas a Mugabe, durante o primeiro dia da Cimeira que está a decorrer na estância turística de Charm el Sheik.
Durante declarações proferidas durante a sessão de abertura, o presidente tanzaniano, Jakaya Kikwete, falou apenas dos “desafios” no Zimbabwe, enquanto que o presidente da União Africana, Jean Ping, disse que a África tem que fazer “tudo ao seu alcance” para ajudar o Zimbabwe a resolver o seu conflito político.
A única voz discordante partiu de Nairobi, onde o primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, disse que a União Africana deveria suspender Mugabe até que sejam realizadas eleições livres e justas no Zimbabwe.
Nos bastidores, vários países africanos estão a fazer pressão para que seja emitido um comunicado condenando em termos inequívocos a segunda volta das presidenciais no Zimbabwe. Outros países, como é o caso da África do Sul, estão a apelar para conversações entre o partido ZANU-PF, de Mugabe, com a oposição tendo em vista formar um governo de transição.