O responsável pelo novo comando militar dos Estados Unidos para a África, revelou que vai convidar oficiais daquele continente para prestarem serviço no quartel general da instituição, logo que esteja em funcionamento.
O general Ward afirmou desejar que os oficiais africanos sirvam como conselheiros para melhorar as comunicações e ajudar o seu pessoal a compreender as implicações de tarefas que estejam planeadas.
'Posso antever que a partir de
determinada altura, tenhamos capacidade para acolher oficiais de ligação para
que seja possível ter uma relação mais próxima com aqueles com que temos
parceria.'
O tipo de ligação e o próprio
entendimento estiveram ausentes o ano passado quando foi do anuncio do Comando
Africano. Muitos dirigentes africanos, editorialistas e ainda cidadãos comuns
manifestaram preocupação sobre o que passaram ser um plano para estacionar mais
tropas norte americanas em África, e militarizar a política dos Estados unidos
para aquele continente.
O general Ward bem como
outros oficiais norte americanos despenderam muito tempo explicando que o
comando consistia apenas a re organização do que o sector militar dos Estados
Unidos esta a efectuar no continente, na esperança que poder fazer mais através
de uma organização orientada para o efeito.
A controvérsia gerada
comprometeu os planos de estabelecer, este ano, o quartel general da Africom no
continente africano.
O general Ward sublinhou que
o quartel general vai permanecer – pelo menos para já – na Alemanha nas
proximidades do Comando Europeu dos Estados Unidos, que tem sido o principal
comando norte americano para África.
No dia um de Outubro próximo,
o general e o seu pessoal vão assumir a responsabilidade do sector militar
americano para África, essencialmente no domínio do treino, do combate ao
terrorismo e nas actividades humanitárias, bem como prestar apoio às operações
militares da União Africana.
Ainda segundo Ward é possível
dirigir, para já, tal actividade a partir da Alemanha, uma vez que os Estados
Unidos detêm já uma grande instalação em Djibuti, e pequenos escritórios
através do continente que vão ficar sob a direcção daquele comando.
'Vamos herdar uma presença
significativa que já existe no continente. Não é que não exista já uma presença
no continente, sob a forma dos nossos escritórios de segurança, alguns dos
quais já utilizam nos uniformes o símbolo do Comando Africano.
Oficiais norte americanos
referem que qualquer expansão da presença militar dos Estados Unidos em África
ira tomar a forma de escritórios, e não de bases militares.
A Africom não terá quaisquer
tropas operacionais permanentes, para além das que se encontram no Djibuti.
Um dos dois adjuntos do
general Ward e um diplomata do Departamento de Estado, e 50 elementos do
pessoal - de um total de mil e 300 – serão civis de diferentes agencias
governamentais norte americanas. A ideia é a de constituir como uma inter
agencia que ajude a resolver os problemas de África.
Este conceito conduziu a
alguma preocupação sobre se o comando terá a possibilidade de realizar
operações de combate que possam vir a ser necessárias, ao estilo de outros
comandos regionais dos Estados Unidos.
O general Ward não está
preocupado com esta hipótese.
'Vamos ter pessoal que possa
efectuar tal tarefa. E se tal se colocar teremos acesso se for necessário
através do processo de pedido de forças. Não estou preocupado com isso. As
nossas componentes aparecem em vários estágios, existindo estratégias para o
concretizar.
O general Ward será responsável
por toda a actividade militar dos Estados Unidos em África, a excepção do
Egipto, que vai continuar a ser da responsabilidade do Comando Central.
O oficial general sublinhou
estar ainda em discussões com o Comando Central sobre os limites dos dois comandos
nas responsabilidades do Oceano Indico.
Forças do Comando Central tem estado envolvidas em operações anti pirataria e de contra terrorismo ao largo das costas da Somália, tendo Ward indicado que ainda não foi decidido qual o comando que irá controlar as operações a partir do dia um de Outubro próximo.