O líder da
oposição islâmica somali, Xeique Sharif Sheik Ahmed, informou que o seu grupo
assinou na semana passada um acordo de paz mediado pelas Nações Unidas com o
governo interino da Somália, porque o acordo estipula um calendário especifico
para a saída das tropas etíopes da Somália. A pressão está agora do lado da
comunidade internacional no sentido de enviar rapidamente para a Somália uma
força de estabilização para tornar possível a retirada militar etíope.
O Xeique Ahmed,
que lidera a delegação da Aliança para a Relibertação da Somália, disse que o
acordo foi assinado na passada segunda-feira em Djibuti porque inclui um
calendário para as tropas etíopes saírem da Somália.
O líder da
oposição disse que o acordo estipula claramente as tropas etíopes devem deixar
a Somália e serem substituídas por tropas amigas num espaço de 120 dias. Ahmed
afirmou ainda que a obtenção de um calendário específico para a retirada etíope
foi o principal propósito que o levou a entrar em negociações com o governo.
No final de 2006,
a vizinha Etiópia conduziu uma campanha militar apoiada pelos Estados Unidos
para expulsar somalis islâmicos do poder e instalar um governo secular de
transição apoiado pelas Nações Unidas. A movimentação fez disparar uma rebelião
liderada por islâmicos anti-etíope e anti-governo, que criou o que as Nações
Unidas classificam por a pior crise humanitária do mundo.
Elementos de
linha dura no grupo de oposição de Ahmed, liderados pelo Xeique Hassan Dahir
Aweys em Asmara, na Eritréia, boicotaram as conversações de Djibuti, tendo
criticado severamente a facção de Ahmed por ter assinado o que o que
classificam de um acordo destinado a proteger a ocupação etíope na Somália.
Observadores
ocidentais notam que o calendário para a saída dos etíopes está dependente não
apenas da instalação de uma forca de estabilização das Nações Unidas, mas
também de uma forca que seja suficiente para garantir a segurança no país. O
que pode constituir uma força suficiente não está descrito no acordo.
Apoiantes de
Aweys e lideres de um grupo somali com ligações à al-Qaida chamado Shabab
juraram continuar a lutar contra a Etiópia e o governo somali. O numero de
ataques em Mogadiscio e noutras partes da Somália aumentou na semana passada.
O Xeique Sharif
Aheik Ahmed disse que está em conversações com opositores em Asmara para
encontrar formas para implementar um cessar-fogo de três meses, mas acrescentou
que a comunidade internacional necessita de desempenhar o seu papel também, no
processo de paz.
A colocação de
uma força das Nações Unidas na Somália dentro dos próximos quatro meses pode
colocar o maior desafio à comunidade internacional que se debate para cumprir
os empenhamentos feitos para uma força mista das Nações Unidas e União Africana
na região sudanesa de Darfur.
Seis meses depois
da operação ter sido lançada, apenas uma fracção dos 26 mil soldados de
manutenção da paz prometidos encontram-se em Darfur e ainda não chegou
equipamento e outro material muito necessário.