A Secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, apelou para uma acção mais forte por parte da comunidade internacional para combater a repressão no Zimbabwe, durante um encontro que teve lugar na sede da ONU, em Nova Iorque, na quinta-feira.
A Secretária de Estado americana disse, durante uma reunião informal dos 15 membros do Conselho de Segurança, das nações africanas e de algumas organizações não-governamentais que a instabilidade política e o colapso económico criados pelo governo do Zimbabwe estão a destabilizar toda aquela região. Rice acusou o governo de Mugabe de “orquestrar uma campanha de violência e de ameaças” destinada a evitar que a oposição de levar por diante uma campanha eleitoral pacífica. Disse Rice: ”Claramente, chegámos a um ponto em que se torna necessário um esforço alargado e mais forte por parte da comunidade internacional”:
Condoleezza Rice exortou o Conselho de Segurança a debater aquela questão e saudou os esforços feitos até agora pela União Africana e pela SADC, bem como a iniciativa levada a cabo por 14 antigos presidentes e dignitários africanos que apelaram às autoridades zimbabweanas para permitirem a realização de eleições livres e justas no dia 27 de Junho.
Afirmou Rice: “Exortamos a SADC a aumentar a sua pressão sobre o presidente Mugabe e os seus seguidores para porem,imediatamente, termo à violência, por forma a permitir o retomar das acções humanitárias e permitir a realização de eleições de uma forma livre e justa e para respeitar, pacificamente, os seus resultados.”
O presidente Mugabe advertiu que está preparado para ir para a guerra para evitar que o candidato do Movimento para a Mudança Democrática, o MDC, de governar, caso Morgan Tsvangirai ganhe a segunda volta das presidenciais.
A mesa-redonda de quinta-feira foi co-patrocinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Burkina Fasso, Djibril Bassolé, que apelou à comunidade internacional para acompanhar de perto a situação no Zimbabwe. Bassolé disse que um maior envolvimento se torna necessário para evitar uma escalada da violência, atirando o país para uma situação humanitária ainda mais grave que poderá alastrar para além das fronteiras zimbabweanas.
O MDC, o partido zimbabweano da oposição, disse que cerca de 70 apoiantes seus foram mortos até agora e que o seu líder e candidato presidencial, Morgan Tsvangirai, foi detido pelo menos cinco vezes este mês, enquanto tentava fazer campanha para as eleições da sexta-feira da próxima semana.
A Secretária de Estado americana disse ter sentido uma “extraordinária preocupação” entre os países que participaram na reunião no âmbito do Conselho de Segurança e o desejo de que o presidente Mugabe dê ouvidos às grandes preocupações da comunidade internacional relativamente ao que ele está a fazer ao seu país.