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Bush: “Inundar” o Zimbabwe de Observadores Eleitorais


O presidente George Bush fez ontem um apelo aos países africanos e a outras nações para que “inundem” o Zimbabwe de observadores internacionais às eleições, face às tácticas do governo de Robert Mugabe lançadas contra o candidato presidencial da oposição à segunda volta das eleições, Morgan Tsvangirai

O apelo da Casa Branca, assim como comentários semelhantes feitos pelo Departamento de Estado, reflectem a crescente preocupação de que Robert Mugabe e o seu partido ZANU-PF vão tentar cometer fraudes na segunda volta das presidenciais, independentemente dos custos para o país e para o seu relacionamento internacional. A campanha para a segunda volta foi assinalada pela morte de mais de 50 activistas da oposição e agressões a muitos outros às mãos de milícias pró-governamentais. No domingo, a polícia deteve dois destacados elementos da oposição, um deles um parlamentar recentemente eleito, um outro líder do MDC, que publicou um artigo contendo críticas a Mugabe.

O presidente Bush deplorou o que considerou como violência patrocinada pelo governo, prisões sem culpa formada e intimidação com o objectivo de impedir o MDC de levar a cabo livremente a sua campanha para segunda volta das presidenciais. O presidente americano apelou ao governo de Mugabe para que permita uma campanha livre e aberta e apelou à SADEC, à União Africana e às Nações Unidas, assim como a outras organizações internacionais, para que encham o Zimbabwe de observadores eleitorais e dos Direitos Humanos. Por seu turno, o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, declarou que a comunidade internacional tem a obrigação de agir: ”Temos o dever, assim como outros membros do sistema internacional, de aplicar o máximo de pressões de modo a que a segunda volta seja levada a cabo dum modo que o povo possa votar pelo candidato da sua escolha e para que possa fazê-lo num ambiente livre de ameaças e intimidação. Os candidatos devem também poder ter acesso aos meios de comunicação públicos para exprimirem as suas opiniões.”

A SADEC, uma organização regional englobando 14 países da África Austral, já fez saber que pretende aumentar o número de observadores no Zimbabwe, relativamente ao contingente que esteve presente no país nas eleições de Março. O presidente Mugabe caracterizou o seu opositor Morgan Tsvangirai como “um fantoche de potências estrangeiras” e ameaçou expulsar o embaixador americano James McGee, alegando ingerência nos assuntos internos do Zimbabwe. Falando acerca dessas ameaças, McCormack afirmou que todo o pessoal da embaixada americana em Harare estava parcial ou totalmente focado nas questões eleitorais e salientou que a embaixada americana continuará emitir as suas opiniões e a constituir o que denominou de “farol da liberdade”.
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