A transferência de remessas dos imigrantes cabo-verdianos em Portugal ultrapassou os 150 milhões de euros em 2006, o que revela um certo altruísmo, apesar de alguns constrangimentos identificados e que constam de um estudo sobre a importância e o impacto das remessas dos imigrantes cabo-verdianos em Portugal no desenvolvimento de CaboVerde. O estudo, realizado por Nancy Tolentino, CarlosRocha e Corsino Tolentino, consiste numa introdução geral, três capítulos e termina com um conjunto de conclusões e recomendações.
De acordo com números revelados, em finais do ano passado, pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, a FIDA, um organismo ligado a ONU, cerca de 150 milhões de emigrantes no mundo, enviaram às suas famílias, só no ano passado, aproximadamente 300 mil milhões de dólares. Diga-se remessas que se revelaram, por assim dizer, num importante factor económico no mundo e particularmente para as economias dos países, de origem dos emigrantes.
É, pois, o caso de Cabo Verde, cujo PIB (Produto Interno Bruto), que conta com uma contribuição da sua diáspora, na ordem dos 34 por cento, volume só superado pelo investimento estrangeiro e situado acima da ajuda pública ao desenvolvimento. Aquele arquipélago atlântico ocupa, por sinal, o quinto lugar de um “ranking” de países, liderado por Tonga e pela Palestina, onde as remessas dos emigrantes têm maior peso na formação do PIB e, consequentemente, mais impacto da economia.
Mas, para nos ajudar a compreender os constrangimentos, a dimensão e a importância das remessas dos emigrantes cabo-verdianos, na economia de Cabo Verde, a nossa rubrica Temas e Debates, tem hoje como convidado um dos autores do estudo, o investigador Corsino Tolentino.