Uma destacada entidade das Nações Unidas, encarregada de constituir uma comissão para fazer frente à crise alimentar global afirma que terá, dentro em breve, um plano de acção pormenorizado.
Cerca de 100 milhões de pessoas através do Mundo estão a passar fome visto que não dispõem dos meios necessários para comprar alimentos. Contudo o coordenador daquela comissão da ONU, John Holmes, afirma que podem ser encontradas soluções e que podem ser criadas novas oportunidades. Holmes afirma que a procura de alimentos no planeta excede a oferta e que essa realidade tem que ser corrigida. Acrescentou que todos reconhecem que o investimento na agricultura dos países em desenvolvimento tem sido negligenciado desde há muito. Diz Holmes: ”Acho que grande parte dos estudos demonstram que se pudessemos aumentar a rentabilidade e produtividade da agricultura nos países em desenvolvimento, isso seria um excelente modo de fazer frente à pobreza. Temos que ser realistas: a maior parte da população mundial vive em comunidades rurais, onde a agricultura é absolutamente fundamental. Acho, portanto, que temos uma oportunidade muito boa para corrigir a situação de uma forma sustentada.”
Holmes acrescentou que a nova comissão das Nações Unidas tomará em consideração muitas questões, incluindo os subsídios agrícolas que, segundo ele, podem distorcer o comércio e fazer aumentar os preços dos alimentos. Disse ainda que a questão dos bio-combustíveis e o modo como estão a influir a crise serão analisados, assim como a necessidade de explorar novas tecnologias de produção alimentar tais como as culturas transgénicas. Holmes afirmou que não é possível elaborar, de um dia para o outro, um amplo plano de acção para fazer frente à crise alimentar global. Disse que é, contudo, possível ter algo na mesa no princípio de Junho, quando os líderes mundiais realizarem uma cimeira em Roma sobre segurança alimentar.
Aquele responsável da ONU salientou ainda que os preços dos alimentos podem transformar-se numa questão de vida ou de morte e de maior sofrimento e subnutrição para as dezenas de milhar de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia.