Os países africanos geram menos de 3 por cento das emissões de estuda no mundo, os gases poluentes que causam o chamado ”efeito de estufa.” Mas são os africanos uns dos mais afectados pela poluição. Europeus e africanos querem encontrar formas de reduzir o impacto das mudanças de clima em África.
Acontece que a economia africana depende fortemente da agricultura, o que a torna especialmente vulnerável às mudanças climáticas. Os peritos dizem que o peso económico do aquecimento global pode anular os benefícios da ajuda internacional. Por exemplo, o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenber, nota que os problemas já se começaram a fazer sentir: “África já está a ser gravemente afectada pelas mudanças climáticas: inundações, secas, uma redução da sua capacidade agrícola. As mudanças de clima são de uma grande gravidade para todo o mundo, mas ainda mais para África”.
O governante norueguês disse que as nações ricas criaram o problema, mas que os africanos também terão que ajudar, reduzindo as emissões de gases: “Durante anos, tem sido o mundo rico o principal poluidor. Mas ao mesmo tempo é impossível fazerem-se grandes reduções (nas emissões de gases) sem incluirmos o mundo em desenvolvimento”.
As afirmações de Stoltenberg são de particular importância para a África do Sul, um dos principais poluidores em todo o continente africano. Se as centrais energéticas limpassem as suas emissões de gases, pelo menos 25% do problema das mudanças climáticas seria resolvido. O ministro sul-africano do Ambiente e Turismo, Marthinus van Schalkwyk, reconhece que o seu país se confronta com uma série de problemas: “Sabemos que como país temos que fazer planos para nos adaptarmos aos efeitos das mudanças de clima. Mas também sabemos – acrescentou - que temos um papel a desempenhar no que toca à mitigação. Noventa por cento da nossa energia é produzida por carvão. E sabemos que não podemos continuar por esta via”.
O Protocolo de Quioto tem por objectivo tornar disponível aos países em desenvolvimento o uso da chamada tecnologia limpa, paga pelas nações mais ricas. O processo de Quioto destina-se também a a criar um fundo para ajudar África a enfrentar o Impacto das mudanças climáticas. Mas o ministro sul-africano está preocupado com o que poderá acontecer em 2012, quando expirarem os compromissos assumidos pelos signatários do Protocolo de Quioto. Acrescenta que a cimeira internacional que teve lugar em Bali, em Dezembro, sobre o clima deixou os Estados Unidos mais próximos de um consenso com outras nações. Foi um pequeno passo, num caminho que terá que continuar a ser trilhado.