O Parlamento iraquiano condenou as ameaças da Turquia de lançar uma incursão contra o Norte do Iraque para esmagar rebeldes turcos. E o presidente do Iraque ordenou aos rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK, para deporem as armas ou abandonarem o território iraquiano, depois dos rebeldes terem emboscado uma unidade militar na Turquia.
Os rebeldes turcos, aglutinados sob a liderança do PKK, mataram doze soldados turcos na sequência de uma emboscada lançada no Sudeste da Turquia. O governo turco afirma que as suas tropas mataram 23 rebeldes, durante o ataque.
Mais tarde, o parlamento iraquiano condenou o uso da força para tentar resolver a disputa e exortou a Turquia a cooperar com o governo iraquiano para ultrapassar a crise. Mas, o parlamento apelou também para que o governo de Bagdade impeça o PKK de lançar ataques a partir de território iraquiano.
Num esforço para resolver a crise, o presidente iraquiano, Jalal Talabani, reuniu-se com o líder curdo, Massoud Barzani, em Irbil, a capital do Curdistão.
Durante uma conferência de imprensa conjunta, o presidente Talabani, ele próprio um curdo, ordenou aos rebeldes do PKK para que deponham as armas ou, então, para que abandonem o território iraquiano. Talabani acrescentou que não iria entregar os rebeldes curdos às autoridades da Turquia. E adiantou que, se os militares turcos não os conseguem derrotar, como poderia o Iraque prende-los e entregá-los à Turquia?
Talabani reiterou também que o Iraque quer resolver o problema dos rebeldes através do debate, em lugar de optar pela violência:
“Nós somos contra a Guerra. Não estamos à espera de uma guerra contra o nosso povo na Turquia. Esperamos que o bom senso seja o líder neste conflito”.
O presidente curdo, Massoud Barzani, advertiu, por seu lado, que aquela região semi-autónoma se defenderá a si própria de ataques de países vizinhos, mas disse esperar que a situação dos rebeldes com a Turquia fosse resolvida”.
Barzani afirmou que o Curdistão quer a paz e o diálogo com a Turquia e que o seu governo irá ajudar, tanto os turcos como os rebeldes a resolverem o problema, desde que a Turquia não ameace o Curdistão.
A Turquia prometeu desencadear uma acção enérgica contra os rebeldes curdos. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan afirma que o seu governo está pronto para desencadear incursões militares através da fronteira contra as bases do PKK no Norte do Iraque. Mas, enquanto as negociações prosseguem, esses ataques parecem não estar iminentes.