Uma fundação americana deu início a um programa para fortalecer os sistemas de saúde em vários países africanos. A iniciativa, que conta com uma verba de 100 milhões de dólares, realizará parcerias em nove países africanos.
A Iniciativa para a Saúde em África, lançada pela Fundação Doris Duke, vai debruçar-se essencialmente sobre as dificuldades na disponibilização de serviços de saúde em África. Aquela fundação foi criada em 1996 depois da morte de Doris Duke, a herdeira de uma família de grandes fazendeiros de tabaco. Joan Spero, a presidente da fundação, afirmou que os governos e as organizações internacionais têm respondido à crise sanitária em África, disponibilizando recursos, criando novos tratamentos e tornando os medicamentos mais rapidamente disponíveis. Contudo, Spero afirma que os deficientes sistemas sanitários do continente e uma grande falta de pessoal especializado estão a pôr em causa a efectivação dessa ajuda. Disse ela: ”Organizações e governos estão a tentar providenciar novos tratamentos e vacinas através de sistemas de saúde deficientes. Todas as novas descobertas assim como novos financiamentos não podem ser encaminhados através de um sistema que não funciona. Chegámos à conclusão que esses sistemas têm que ser saneados. Os peritos e entidades oficiais com quem contactámos encorajaram-nos a levar a cabo uma iniciativa que tenha uma perspectiva sistemática do fortalecimento dos sistemas de saúde já existentes e não tentar desenvolver sistemas paralelos.”
A iniciativa prevê a criação de seis grandes parcerias destinadas a providenciar cuidados de saúde primários e a conseguir melhorias no sector da saúde de comunidades com pelo menos 250 mil habitantes. Cada parceria será financiada por períodos de cinco a sete anos, com montantes entre os oito e os 20 milhões de dólares.
A fundação espera que estas parceiras sirvam de modelo a outras do género, através do continente. A Fundação Doris Duke espera vir a trabalhar com as organizações que já se encontram no terreno, hospitais, governos, instituições académicas e organizações não-governamentais, em nove países: Gana, Quénia, Lesoto, Madagáscar, Moçambique, Malawi, Ruanda , Tanzânia e Zâmbia. Responsáveis da fundação afirmaram que a escolha destes países foi feita depois de encontros com peritos, com o objectivo de identificar países com uma necessidade significativa no sector e com projectos interessantes já em curso.