Os governos da região ocidental de África tem-se debatido para resolver problemas que afectam as camadas jovens, incluindo o desemprego, a imigração clandestina e o contrabando.
No Ghana, os organizadores de uma conferencia nacional sobre a juventude indicaram que os jovens podem ajudar a resolver aqueles problemas, no caso dos governos estarem dispostos a escutar as solicitações.
Centenas de jovens de todos a regiões do Ghana encontraram-se em Accra numa conferencia patrocinada por uma rede de organizações pelo serviço da juventude YES GHANA, e ainda pelas Nações Unidas.
O coordenador da YES GHANA, Emmanuel Eduzide, refere que ainda que os governos africanos afirmem querer ajudar os jovens, tem por vezes receio de os mobilizarem.
'A juventude em África está associada a incidentes caóticos. As pessoas ficam nervosas em os atrair. Trata-se igualmente de um problema cultural. Em África, existe sempre a tendência de que os adultos têm sempre razão, e devem decidir da geração mais nova.'
Todavia Edudzie, de 27 anos, salienta que os jovens encaram os adultos nem sempre tem razão, já que nem sempre respondem as solicitações.
A YES GHANA organizou o primeiro fórum de desenvolvimento para os Jovens com o apoio das Nações Unidas, com tema “Deixe-se Ver, Faça-se Ouvir – A participação dos Jovens no Desenvolvimento”.
Durante os encontros sobre desemprego, os jovens falaram das suas frustrações e dos sentimentos ignorados por parte centros de decisão.
A recentemente nomeada ministra do Desemprego do Ghana, falou de uma solução possível através do treino empresarial.
De acordo com dados governamentais recentes cerca de um milhão da população ghanesa de um total de18 milhões que procuram trabalho, muitos são jovens.
O desemprego da juventude e considerado como o maior factor que alimenta a imigração clandestina, em que milhares de jovens da África ocidental tentam travessias marítimas perigosas para a Europa.
Edudzie acrescenta que os jovens já não esperam que sejam tomadas decisões.
'Já nem pedimos ao governo para que traga a juventude para a mesa. Nos jovens estaremos a mesa quer as pessoas gostem ou não.'
Admite, no entanto não se tratar apenas de um problema das entidades oficiais e dos doadores que não prestam atenção aos jovens.
O coordenador frisa que se lhes for dado poder, muitos jovens não sabem o que fazer.
Segundo o índice de condições de vida das Nações Unidas, o Ghana esta em melhor situação do que muitas das nações africanas vizinhas, encontra-se na centésima trigésima sexta posição entre 177 países.