Opositores de Fidel Castro esperam há décadas por uma mudança na nação comunista. Quando Fidel Castro foi submetido a uma operação aos intestinos no ano passado, críticos disseram que era uma oportunidade para a nova liderança começar a por fim as políticas repressivas de Cuba e abrir a porta a reformas.
Andy Gomez, vice-reitor da Universidade de Miami, disse que funcionários cubanos começaram a preparar a transferencia de poder desde que Fidel nomeou há uma década o seu irmão Raul, como o seu herdeiro político. Gomez disse também que funcionários cubanos trabalharam arduamente nos últimos meses para garantir que a sucessão não ameaçasse o governo comunista.
“Há estabilidade, existe um elevado nível de segurança e a economia tem continuado a crescer. Por isso as poucas restantes instituições em Cuba, os militares, o partido comunista tem continuado a funcionar”.
A realidade tem desapontado aqueles que antecipavam vastas mudanças em Cuba sem Fidel na presidência. Alguns analistas esperavam que o governo começasse a levantar restrições económicas e políticas e outros previam uma sublevação social.
Num discurso na semana passada, o presidente interino Raul Castro censurou os Estados Unidos devido àquelas previsões.
Raul Castro afirmou que Cuba tem experimentado dificuldades nos últimos meses, mas que elas não foram ao encontro das previsões dos inimigos de Cuba. Afirmou que os inimigos da nação esperavam o caos e a queda do socialismo cubano.
Uma das razões porque o governo de Cuba continua estável e as condições na ilha estão na sua maioria inalteráveis e porque Fidel Castro continua a exercer influencia sobre o seu irmão e outras áreas do governo. Encontrou-se por outro lado com o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, e funcionários chineses, que são apoiantes chave do regime cubano.
Peritos afirmam não ser previsível por quanto tempo Fidel, que faz 81 anos no próximo mês, pode exercer influencia, com o seu estado de saúde em declínio.
Para activistas pró - democracia, como Ramon Saul Sanchez, do Movimento Democrático, baseado em Miami, o “status quo” em Cuba é um desapontamento.
Sanchez afirmou que Raul Castro não mostra sinais de querer fazer reformas ou vontade de abrir um dialogo nacional sobre os problemas do país. Sanchez acrescentou que a repressão contra dissidentes tem piorado desde que Raul assumiu interinamente a liderança.
O activista pró - democracia disse que embora o governo de Cuba continue intacto, notou mudanças na retórica dos Estados Unidos em relação à ilha. Na semana passada, um porta-voz do Departamento de Estado rejeitou um pedido de Raul Castro para um eventual dialogo entre os dois países e disse que Cuba primeiro tem de iniciar conversações com grupos da oposição na ilha.
Sanchez indicou que o comentário marca uma mudança em relação ao passado quando funcionários americanos procuravam lidar o debate com o governo de Cuba e acrescentou que essa mudança é um impulso para os esforços democráticos na ilha.
Sanchez afirmou que ouvir os Estados Unidos dizerem a Castro que devia manter conversações com cubanos e não com Washington e o inicio de uma nova era de respeito mutuo entre os dois países.
Funcionários americanos afirmaram que a política dos Estados Unidos continua a ser mesma para com Cuba sob Raul Castro e acrescentaram que Washington reatara os laços diplomáticos com a ilha apenas depois de haver condições, tais como a realização de eleições livres. O vice-reitor da Universidade de Miami, Andy Gomez, afirmou que as eleições são necessárias, independentemente dos seus resultados.
“O povo cubano tem o direito de escolher aquilo que quer. Vamos respeitar o que escolherem porque poderá não ser aquilo que a maioria de nós nos Estados Unidos deseja”.
Cuba está a preparar uma nova ronda de eleições de partido único em Outubro. Críticos afirmam que as votações do passado não tiveram significado e não colocaram qualquer risco aos irmãos Castro ou ao regime de governo. Peritos dizem que uma transformação real em Cuba somente acontecerá quando Fidel Castro morrer.