O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade o envio de uma força de manutenção da paz alargada para a região sudanesa de Darfur.
O Conselho de Segurança adoptou ontem a resolução, um dia depois dos seus co-redactores, a Grã-Bretanha e a França terem apresentado a quarta versão do documento no espaço de um mês. Nos termos da resolução, o destacamento da União Africana composto por sete mil homens e já presente no terreno será reforçada com, pelo menos, mais 19 mil soldados internacionais que dependerão das Nações Unidas. A força conjunta da União Africana e das Nações Unidas, tentará pôr termo a quatro anos de confrontos entre os grupos rebeldes de Darfur e as milícias árabes Janjaweed, apoiadas pelo governo sudanês.
O conflito já causou mais de 200 mil mortos desalojando paralelamente dois milhões de pessoas. O secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, considerou a resolução como não tendo precedentes: ” Autorizando a operação híbrida em Darfur, estamos a enviar uma clara e poderosa mensagem do nosso empenhamento em melhorar as vidas das pessoas daquela região e em pôr termo a este capítulo trágico da história sudanesa.
Os países ocidentais têm vindo a pressionar no sentido de uma operação alargada das Nações Unidas desde Novembro passado. A versão final da resolução omitiu a ameaça de sanções contra o governo sudanês depois das objecções apresentadas por três países africanos com assento no Conselho de Segurança: Gana, África do Sul e Congo Kinshasa. A China, que na sua qualidade de membro permanente tem direito de veto, também se opôs às sanções.
A resolução mantém em vigor o mandato que permite o uso da força para proteger os capacetes azuis e os funcionários de agências humanitárias. O Sudão opôs-se a esse mandato. O embaixador americano junto das Nações Unidas, Zalmay Kalilzad, apelou para o termo imediato dos ataques contra civis e para a total colaboração por parte dos rebeldes e do governo sudanês. Fez também uma advertência: ”Se o Sudão não cumprir com o acordo de Darfur, e se o Sudão não cumprir com esta resolução, os Estados Unidos apoiarão a rápida adopção de medidas unilaterais e multilaterais.”
O primeiro ano desta operação de manutenção da paz custará cerca de dois mil milhões de dólares. Nos termos da resolução agora aprovada, a transferência da autoridade da força da União Africana para a nova força híbrida deverá verificar-se, o mais tardar, até 31 de Dezembro deste ano.