Só um milagre poderá evitar uma colisão entre Angola e a União Europeia. Fonte da União disse à Voz da América que a decisão da interdição de entrada dos aviões da TAAG no espaço Europeu está praticamente tomada, devendo começar a ser executada a partir da próxima sexta-feira.
Altos funcionários europeus disseram à Voz da América que uma vez tomada a decisão, a sua reversão passa pela condução de novas investigações o que poderá levar cerca de 3 meses. Foi pelo menos o curso do processo seguido por companhias que já constaram da lista negra da União.
A reunião desta quarta-feira é descrita como sendo uma formalidade. Entretanto fonte da TAAG disse à Voz da América que a recomendação da comissão de peritos da União Europeia aconteceu cerca de dois meses depois da companhia ter beneficiado da condescendência da IATA que efectuou em Maio passado, o primeiro de duas auditorias do tipo IOSA.
De acordo com as fontes da TAAG, esta companhia e a IATA teriam acordado que em Setembro, por altura da segunda série dos testes IOSA, ou seja, auditoria para segurança operacional da IATA, a TAAG deveria ter tudo em conformidade. As exigências feitas pela IATA em Maio teriam levado a TAAG a baixar o número de violações de cerca de 30 para 5. Executivos da companhia disseram à Voz da América que a UE poderia ter seguido o caminho da IATA.
Os testes efectuados pela IATA, Associação Internacional de Transportes Aéreos incluem levantamento às áreas de manutenção, placa, operações de voo, embarque, reservas, bem como carga e despacho. Por esta razão, a TAAG que admite estar em falta com os procedimentos requeridos pela legislação europeia sobre segurança de voo, entende que a UE poderia ter sido condescendente.
Acrescentam o facto de as autoridades angolanas terem no passado contemporizado com lapsos registados em aviões tanto da Air France quanto da British Airways. A União Europeia não abre mão da falta de manuais actualizados nos aviões da TAAG, para os quais há um ano, Angola pagou cerca de 1 bilião de dólares a Boeing.
A prevalecer a recomendação da comissão de peritos os aviões da TAAG estarão impedidos de entrar em espaço europeu a partir de sexta-feira, ao que as autoridades angolanas prometem responder da mesma maneira.
De resto a British Airways, cujo governo retirou a licença que permitiria voar entre Londres e Luanda a partir de 12 de Julho, já não foi autorizada a voar para Luanda no último sábado. Uma decisão angolana nesse sentido vai atingir, sobretudo a TAP que efectua sete voos por semana entre Luanda e Lisboa, bem como a British Airways, a Air France e a Brussels Airlines.
O degelo entre Angola e a União Europeia, coincide com a chegada a Luanda de empresários que vão para Filda, Feira Internacional de Luanda. Neste momento há também consultas entre as companhias aéreas estrangeiras e as petrolíferas que estão preocupadas com o escoamento do seu pessoal expatriado, tendo quase todas elas começado a optar pela South Africa Airways.
O incidente entre Luanda e Bruxelas coincide com o anúncio em São Tomé e Príncipe da constituição da estrutura accionária da STP Airways tendo sido decidido que o governo local ficará com 35 por cento enquanto que a TAAG e Euro Atlantis repartirão os restantes 65 por cento