A União Europeia pôs fim esta quinta-feira ao levantamento que vinha fazendo aos aviões da TAAG desde fevereiro, altura em que advertiu pela primeira vez as autoridades sob os riscos que corriam se os seus aviões continuassem a voar com manuais desactualizados.
Fonte oficial angolana disse à Voz da América que a decisão da União Europeia partiu do facto da companhia angolana não ter actualizado os manuais de bordo para as aeronaves que emprega nos voos para Europa. De acordo com a mesma fonte, nenhum dos novos aviões comprados há um ano à Boeing tem os manuais em dia. <Já houve observações no passado, em relação ao estado dos manuais usados nos aviões antigos, mas desta vez, eles bateram o pé> disse a nossa fonte.
A TAAG e o Instituto Nacional de Aviação Civil voltaram a ser advertidos pela Comissão de Transportes da União em Maio, altura em que as três partes entraram num processo negocial contínuo que culminou quarta-feira com a decisão da União Europeia.
A interdição foi transmitida esta quarta-feira à delegação que há alguns dias vinha negociando em Paris com a as autoridades europeias. Luanda despachou para a capital francesa, o PCA da TAAG Nelson de Jesus, bem como o comandante Osvaldo Mendes director de operações, e o director do Instituto de Aviação Civil, António Pombal. A eles juntaram-se o embaixador de Angola em França Víctor Lima, e o delegado da Air France em Angola, que pelos vistos fazia parte do <lobby> de Angola.
A TAAG teria recebido uma moratória até o final deste mês para continuar com manuais desactualizados, pelo que segundo uma fonte da Voz da América, a decisão da UE não é novidade. O primeiro governo a notificar a TAAG desta decisão foi o britânico que às zero horas de quinta-feira, revogou a licença que permitiria a TAAG iniciar as operações para Londres a partir do próximo dia 12. Fonte oficial angolana disse à Voz da América que os manuais estão prontos, já foram inclusive certificados pelo Instituto Nacional de Aviação Civil, e que o resto, ou seja, a substituição dos velhos por estes, é uma questão de tempo. Este argumento não é bem recebido por algumas correntes em Luanda que questionam as razões porque a TAAG, tendo os manuais prontos ainda não começou a usar.
A interdição ora imposta pela União Europeia deverá afectar também São Tomé e Príncipe, na medida em que é a TAAG quem assegura os voos do arquipélago para Lisboa, Portugal. .
A decisão da União acontece dias antes da visita a Angola do presidente da UE, José Manuel Durão Barroso, pelo que se tem como certo que isto constará das consultas. A decisão da EU será formalizada na quarta-feira devendo entrar em vigor a partir da sexta-feira da próxima semana.