Os Estados Unidos e a Rússia parecem ter chegado a um acordo para resolver o diferendo em torno de fundos norte-coreanos congelados num Banco de Macau. Esta questão tem vindo a impedir que o acordo de Fevereiro passado sobre o desarmamento nuclear da Coreia do Norte entre em vigor.
A Coreia do Norte recusou-se a encerrar o seu reactor nuclear até que receba fundos no montante de 25 milhões de dólares que se encontram congelados desde 2005 num banco de Macau. O governo americano alega que aqueles fundos estão relacionados com actividades de lavagem e falsificação de divisas levadas a cabo pela Coreia do Norte. O dinheiro foi, entretanto, colocado à sua disposição, mas a Coreia do Norte não o levantou directamente insistindo que os fundo fossem transferidos através de uma instituição bancária intermediária.
No domingo, a agência noticiosa Yonhap, da Coreia do Sul, noticiou que a Rússia tinha aceite um pedido americano para que um banco russo aceitasse o recebimento dos fundos através de uma instituição financeira americana, antes do dinheiro ser movimentado para a Coreia do Norte. Um porta-voz do ministério das Finanças sul-coreano afirmou que se verificam intensas consultas para resolver este diferendo financeiro, mas não comentou directamente a notícia da Yonhap. O chefe da delegação americana às conversações hexa-partidas sobre a questão nuclear norte-coreana, Christopher Hill, reconheceu que entidades oficiais russas e americanas têm estado a debater o assunto: ” Temos tentado ser úteis neste processo e acho que outros membros deste processo também estão a tentar ser úteis, nomeadamente os russos.”
Aquelas conversações incluem os Estados Unidos, Coreia do Norte, China, Coreia do Sul, Japão e Rússia. Christopher Hill afirmou que esperava que, quando a Coreia do Norte receber os seus fundos, o governo de Pyongyang cumpra com a sua promessa de encerrar a sua instalação nuclear de processamento de plutónio em troca de um milhão de toneladas de fuelóleo: ” Nós sabemos que eles dispõem de algo como 50 quilos de plutónio. Dependendo da sua dimensão , aquele plutónio poderá servir para fabricar entre 8 a 10 armas nucleares.”
Hill acrescentou que os Estados Unidos pretendem igualmente saber mais pormenores sobre os esforços norte-coreanos de se munirem de urânio altamente enriquecido, outro material susceptível de ser usado em armamentos nucleares. Acrescentou que os Estados Unidos sabem que Pyongyang comprou as centrifugadoras necessárias para enriquecer o urânio e pretendem saber se os norte-coreanos vão usá-las correctamente ou se vão usar a tecnologia para produzir grandes quantidades daquele material. Este será um dos temas que Christopher Hil debaterá, ainda esta semana, em Washington, com o seu homólogo sul-coreano, Chun Yung Woo.