Desde há 25 anos atrás, quando foi isolado o vírus que provoca a SIDA, que os cientistas têm vindo a tentar descobrir uma vacina contra aquela doença. Estas pesquisas têm-se traduzido por testes de vários tipos de vacina através do Mundo. Gary Nabel, o director de pesquisa de vacinas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, afirma que o objectivo é o de provocar uma resposta imunológica capaz de reduzir a carga viral e capaz de preservar as células que são necessárias para combater as infecções: ” Acho que dentro de cinco anos poderemos verificar se essa estratégia deu ou não frutos. Caso positivo, isso será importante visto que se trata de uma área em que podemos melhorar.”
Nabel afirma que outra estratégia prometedora para a fabricação de vacinas é a de usar anticorpos que consigam combater ou neutralizar o vírus HIV que provoca a SIDA: ” Actualmente, temos um conhecimento pormenorizado do aspecto dos anticorpos neutralizantes quando são partes complexas do vírus.
Nos próximos anos, será fundamental adquirir a capacidade de criar vacinas que consigam produzir esses anticorpos. Se conseguirmos progressos nessa frente teremos grandes oportunidades no horizonte.”
Aquele cientista acrescenta que o que torna tão problemática a fabricação de uma vacina é o facto do vírus HIV estar constantemente em mutação: ” Na realidade, não estamos a fazer uma vacina contra um único vírus, estamos a fazer uma vacina que tem que proteger de milhões de vírus diferentes. Isso nunca foi feito no passado.”
Nabel afirma igualmente que o vírus HIV tem uma capacidade extraordinária para evadir o sistema imunológico humano. E é por isso, acrescenta, que tem sido tão difícil encontrar anticorpos neutralizantes. Quanto a Anthony Fauci, o director do instituto nacional de doenças infecto-contagiosas, afirma que as vacinas não garantem uma protecção total. Salienta, contudo, que, se tiverem sucesso, elas poderão alterar a doença baixando a população do vírus e diminuindo assim a sua proliferação: ” Em última análise, isto poderá ter um efeito positivo no que se refere a diminuir as infecções.”
Fauci acrescenta que esta estratégia acompanhada de anticorpos neutralizantes poderá constituir um importante passo no sentido da criação de uma vacina contra o HIV que seja eficaz. De referir que cerca de 20 mil voluntários estão participar nos ensaios das vacinas em 24 países.