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Guerra no Iraque: Democratas Cedem a Bush


Os democratas no Congresso os EUA desistiram das suas exigências de que a lei que financia a guerra teria que incluir uma data para a retirada das tropas americanas do Iraque. Mas prometeram encontrar meios de pressionar a administração Bush a mudar o rumo daquela guerra impopular.

Os democratas no Congresso vergaram-se à realidade política ao fazerem esta importante concessão à Casa Branca.

A Câmara dos Representantes e o Senado aprovaram, no mês passado, uma lei para financiar as guerras no Iraque e no Afeganistão, mas o presidente Bush vetou aquela lei por esta consagrar uma data para a retirada das tropas combatentes americanas do Iraque até ao dia 1 de Abril do próximo ano.

Bush e muitos republicanos argumentaram que semelhante prazo equivaleria a uma data para a rendição.

Muito embora os democratas controlem ambas as câmaras do Congresso, não têm uma maioria suficientemente para derrotar o veto presidencial.

Por isso mesmo, os líderes democratas decidiram retirar da lei o prazo para uma retirada por forma a que o presidente possa aceitar a lei e aprová-la.

Com o dinheiro para financiar a guerra no Iraque a esgotar-se nas próximas semanas, os democratas não queriam ser responsabilizados por estarem a impedir o financiamento das tropas, numa altura em que os congressistas vão regressar aos seus distritos eleitorais para duas semanas de férias, a começar na próxima sexta-feira.

Apesar da concessão, o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, recusou-se a caracterizar a iniciativa como uma derrota para o seu partido, cujos representantes apoiavam esmagadoramente o estabelecimento de uma data para a retirada militar do Iraque: “Vamos continuar a focar, diariamente, a nossa atenção na necessidade de mudança de direcção no Iraque, de mudança da missão no Iraque”.

O chefe de fila dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, disse estar pronto a aprovar a lei, antes dos congressistas regressarem aos seus círculos eleitorais para celebrarem o Dia da Memória, em que se celebra a memória dos soldados americanos caídos em combate: “Tenho esperança que terminaremos este processo antes do Dia da Memória e sei que é esse o desejo do líder da maioria, acabar esta lei para que o presidente a possa assinar, sem uma data de rendição. Penso que é nesta direcção que estamos a caminhar.”

Na Casa Branca, o porta-voz Tony Snow recusou-se a caracterizar que a concessão feita pelos democratas constitua uma vitória para a Administração Bush:

“O que será visto como uma vitória é fornecer, até ao fim deste ano fiscal, o financiamento e a flexibilidade de que as nossas forças necessitam. É isso o que sempre desejámos.”

Muito embora os detalhes da lei ainda não tenham sido totalmente negociados, os congressistas afirmam que esta irá financiar as operações militares no Iraque e no Afeganistão até Setembro. Espera-se que a lei estabeleça objectivos e datas para que o governo cumpra essas metas, incluindo a aprovação de uma lei sobre o petróleo e o desmantelamento das milícias no Iraque. Se os iraquianos não cumprirem esses objectivo, o presidente Bush tem autoridade para travar a ajuda para a reconstrução do Iraque.

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