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Desmentido Interrogatório de Suspeitos


Segundo a Associated Press, centenas de homens, mulheres e mesmo crianças de 19 países, enviados da Somália e do Quénia para a Etiópia são mantidos em prisões secretas na Etiópia e mesmo mal-tratados.

A notícia acrescenta que agentes da CIA e do FBI que procuram militantes da al-Qaida estão a interrogar os prisioneiros, os quais não foram acusados formalmente e não têm acesso a advogados ou à sua família.

Bereket Simon, conselheiro do primeiro-ministro etíope, nega a existência de prisões secretas ou de interrogatórios por parte de agentes americanos: “A Etiópia não tem prisões secretas. Qualquer pessoa acusada de actividade terrorista é tratada segundo os preceitos legais. Levamos a pessoa a tribunal e garantimos que aquele nos dá permissão para deter a pessoa. Posso assegurar (disse Bereket) que não ha interrogações por parte dos Estados Unidos a terem lugar na Etiópia, qualquer que seja a forma”.

Responsáveis da embaixada americana em Nairobi não estavam disponíveis para tecer qualquer comentário.

Responsáveis governamentais americanos contactados pela Associated Press admitiram questionar prisioneiros na Etiópia, mas disseram que a lei estava a ser seguida e que precisavam de recolher informação sobre ataques no passado e actuais ameaças terroristas.

Grande parte do que é noticiado pela Associated Press coincide com um relatório da Human Rights Watch, divulgado a semana passada.

Segundo o relatório da Human Rights Watch, o Quénia, a Etiópia, os Estados Unidos e o governo de transição da Somália estão a trabalhar de perto para capturar e prender algumas pessoas que fugiram durante a luta entre a União dos Tribunais Islâmicos e o governo de transição somáli, apoiados por tropas etíopes. Muitas das pessoas alvo das buscas em Dezembro e Janeiro são portadores de passaportes estrangeiros.

Desde Dezembro, as forças de segurança quenianas prenderam pelo menos 150 pessoas a atravessar a fronteira, transferindo-as para Nairobi, onde, agentes americanos, acreditam que essas pessoas eram suspeitos terroristas, as interrogaram.

Subsequentemente, muitas foram deportadas para a Somália, de onde algumas seriam enviadas para prisões na Etiópia.

Um responsável da Human Rights Watch, em Londres. Tom Porteous disse à VOA que os governos estão a usar a guerra ao terrorismo contra os seus opositores políticos: Governos locais, como o etíope, o queniano, estão a usar a retórica da guerra anti-terrorista como desculpa para amordaçar grupos locais nacionalistas e oposicionistas, os quais não têm qualquer afiliação com o jihadismo internacional.

O conselheiro governamental etíope Bereket nega que o governo da Etiópia esteja a usar esta oportunidade para castigar grupos rebeldes. Mas, diz, os grupos rebeldes têm que ser castigados se fizerem algo de errado. Por exemplo sublinha “Há alguns membros da Frente Nacional de Libertação do Ogaden envolvidos em actividades terroristas, como a colocação de bombas, lançamento de granadas contra hotéis, e actividades semelhantes.”

Porteous da Human Rights Wtach acredita que a notícia da Associated Press é correcta, em face das investigações que a sua organização leva a cabo no Quénia.

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