O novo chefe para os assuntos humanitários das Nações Unidas terminou a sua primeira visita a áreas perto do Sudão afectadas por rebeliões e incursões fronteiriças. John Holmes advogou uma solução política para estabilizar a área onde se encontram as fronteiras do Sudão, Chade e Republica Centro Africana.
John Holmes visitou na quinta-feira o nordeste da Republica Centro Africana, na sua maioria sem lei e abandonado, completando a sua missão de 10 dias destinada a alertar para o problema das incursões fronteiriças e dos confrontos entre rebeldes e forcas governamentais que fizeram deslocar mais de meio milhão de pessoas.
Edouard Libeau, funcionário da UNICEF na Republica Centro Africana, disse que a visita de Holmes foi na hora certa, dados os recentes confrontos.
“Nas áreas nortenhas, registaram-se varias ondas de violência com muitas aldeias queimadas. Pessoas fugiram escondendo-se nas matas ao redor das aldeias”.
No principio do mês, novas acções armadas de rebeldes no nordeste da Republica Centro Africana esvaziaram e incendiaram a maior parte da localidade de Birao e aldeias vizinhas.
John Holmes afirmou serem necessárias soluções políticas para terminar com o banho de sangue.
Kingsley Amaning supervisiona as operações humanitárias das agencias das Nações Unidas no Chade. Disse que as vidas dos refugiados estão a ser jogadas enquanto os políticos argumentam uns com os outros e as Nações Unidas sobre quem deve guardar as suas fronteiras.
Os presidentes do Chade e do Sudão recusaram a presença de capacetes azuis da ONU, afirmando que eles querem proteger as suas fronteiras. Amaning afirmou que a recusa dos dois presidentes e uma forma deles brincarem com o poder.
“A política (para eles) é brincar com o poder. E jogar com interesses sectários. E isso muitas vezes choca com o bem comum. Estamos mais interessados em garantir que as pessoas que são vitimizadas pelos jogos do poder sejam também ouvidas”.
Existe uma crescente preocupação internacional de que a luta na região sudanesa de Darfur se esteja a espalhar pela região.
Os presidentes do Chade e do Sudão acusaram-se mutuamente de apoiarem movimentos rebeldes nos seus países, que ambos negam.