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Zimbabwe: Libertados Líderes da Oposição


Morgan Tsvangirai, o fundador do Movimento para a Mudança Democrática e dezenas de outros activistas da oposição presos no domingo foram libertados, temporariamente, ontem à noite e entregues à custódia dos seus advogados. Os detidos foram, alegadamente, espancados e torturados pela polícia enquanto estiveram presos.

Activistas, defensores dos Direitos Humanos e jornalistas foram detidos no domingo quando se encaminhavam para participar num comício de oração, que havia sido proibido pelo governo zimbabweano. Muitos deles, incluindo o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, foram alegadamente, espancados enquanto estiveram à guarda da polícia.

De acordo com a advogada defensora dos Direitos Humanos, Beatrice Mtetwa, na sessão do tribunal de ontem à noite não esteve presente nem um magistrado, nem um promotor da Justiça. Disse ela que alguns dos detidos permaneceram no hospital para onde tinham sido anteriormente transportados no princípio do dia.

Tsavangirai, que sofreu graves ferimentos na cabeça enquanto esteve preso, contava-se entre eles.

A libertação dos activistas foi feita após negociações entre os advogados da defesa e a polícia. Todos os indivíduos que foram libertados tiveram que comparecer em tribunal para serem formalmente acusados e depois libertados.
Beatrice Mtetwa, advogada dos activistas, reagiu iradamente à forma como foi conduzida a sessão do tribunal de ontem à noite, sob o controlo da polícia. Disse ela que “a polícia assumiu a lei” e que, em breve, se irá ver “os tribunais controlados pela polícia”.

Na sequência da sua libertação, Arthur Mutambara, líder de um grupo dissidente do Movimento para a Mudança Democrática, prometeu que a sua organização “irá continuar a desafiar este regime ilegal”, disse ele referindo-se ao governo do presidente Mugabe.

Aqui em Washington, a Secretária de Estado Condoleezza Rice, disse que a prisão doa elementos da oposição e o que se passou de seguida mostra a natureza “sem piedade e repressiva” do governo do presidente Robert Mugabe, tendo apelado para a libertação dos activistas detidos.

O embaixador britânico, Andrew Pocock, que assistiu à sessão no tribunal, descreveu as feridas que viu como “horríveis”.

Disse o diplomata que a brutalidade infligida aos líderes do Movimento para a Mudança Democrática foi pior do que a tortura sofrida pelos sindicalistas detidos, em Harare, em Setembro do ano passado, quando estes se preparavam para iniciar uma manifestação contra a pobreza.

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